25.1.12

Speto, meu grafiteiro favorito: da Zona Norte para o mundo


Faz um tempo que estou bolando, quieta,  um projeto pessoal que tem a ver com arte de rua. Mais especificamente, com a arte do Speto, um cara que admiro imensamente desde que ele ilustrou algumas de minhas colunas de gastronomia na antiga revista VIP.

Isso é luxo: ter o Speto como seu ilustrador de cada dia. Mas eram outros tempos, de revistas mais ricas, e era outro Speto, ainda não descoberto pela grande mídia. Um simpático mano da Zona Norte.

Muita água passou debaixo da ponte desde então mas minha admiração pelo traço dele só cresceu.

Feliz coincidência: encontrei ele e a namorada semana passada, no desfile da Cavalera na Estação da Luz. Ah, Speto, quem te viu, quem te vê! Ele era dos caras mais estilosos dentre a multidão.

Enfim... este post não tem meio nem fim. Uma pensata solta, uma desculpa para mostrar um pouco do que faz o garoto, em fotos dele próprio:







Na última Art Basel o Baixo Ribeiro, da galeria Choque Cultural, armou de levar o Speto para grafitar o  museu a céu aberto Primary Flight - esse trabalho ficará exposto ali até a próxima Art Basel, em dezembro. Vejam que show:
Crédito: Moro no Rio


Chefs Roberta Sudbrack e Rodrigo Oliveira no Identità Golose: Brasil mostra a cara na Itália

Chefs Helena Rizzo e Roberta Sudbrack no fórum Gastronomika,
em San Sebastian, em novembro passado

Essa coisa de jornalista que não toma partido não está com nada. Sou humana, tenho opiniões e não busco esconder meu patriotismo. Por isso, embora ache que perdem os clientes quando chefs viajam para longe a palestrar, por outro lado orgulho-me de contar que este ano teremos três brasileiros nos representando no Identità Golose, em Milão: Alex Atala, Roberta Sudbrack e Rodrigo Oliveira.

E isso apenas dois meses depois desse mesmo trio apresentar-se em outro importante fórum gastronômico, o Gastronomika de San Sebastian (onde também estiveram Claude e Thomas Troisgros e Helena Rizzo).

Nada mal, não?

Aos poucos, vamos mostrando nossa cara ao mundo e desmontando clichês. 

Vejam a programação do Identità:


Domingo 5 de fevereiro


10.00 Massimiliano Alajmo e Corrado Assenza, il latte e la sensazione lattica
10.50 Omaggio a Aimo e Nadia Moroni con Alessandro Negrini e Fabio Pisani e...
11.15 Gastón Acurio, ingredienti: la storia dietro al gusto
12.00 Moreno Cedroni e Mauro Uliassi


15.00 Alex Atala, primitivo e moderno
15.45 Roberta Sudbrack
16.30 Rodrigo Oliveira, Os Sertões: l'ultima frontiera gastronomica






Hoje recebi um email do Paolo Marchi, o jornalista que organiza esse importante evento, que contém um curto texto explicativo sobre a participação da Roberta.

Foi o impulso que faltava para espalhar a notícia também aqui no Boa Vida.

Eis a tradução do que dizia o email (texto de Nicola Massa): 




Roberta Sudbrack, que subirá ao palco do Identidade Golose no domingo, 05 de fevereiro às 15.45, sempre dedicou grande parte de seu trabalho para o estudo e aprofundamento em torno de produtos menos conhecidos e utilizados ​​em restaurantes de cozinha brasileira. O ponto fundamental de sua obra é, portanto, a seleção de fornecedores confiáveis ​​para assegurar uma qualidade consistente ao longo do tempo.

Se nos países onde a alta gastronomia é muito desenvolvida este tipo de abordagem é frequente e já esperado, no Brasil
as dificuldades em encontrar vários produtos no mercado ainda são muito grandes.

O tema central da palestra será exatamente esse. Roberta mostrará um vídeo em que, ao não conseguir trazer a "casa" a um fornecedor localizado em uma vila pequena e remota de Minas Gerais, ela mesma vai em busca dele, no interior
do Brasil. O trabalho meticuloso desse comerciante, apoiado quase que inteiramente pela chef, que compra toda a produção dele e a utiliza em pratos de seu restaurante no Rio de Janeiro, faz com que ótimos ingredientes tradicionais, como farinhas, goiabada e queijo, não sejam perdidos, mas pelo contrário: que sejam cada vez mais valorizados no mercado. Durante a intervenção serão apresentadas algumas preparações usando essas matérias primas em criações como quiabo defumado em camarão semicozido ou consommé de mexirica e cogumelos crus.




Esse mesmo consommé (na verdade, suco de mexirica esmagada com as mãos) foi mostrado pela Roberta em San Sebastian em novembro. Naquela ocasião, o que mais me impressionou foi o trabalho que ela faz com banana, explorando matizes ácidas e amargas. 

Impressionante! 

Isso é fruto de um ano passado estudando a banana (!), processo que ela descreveu em bela reportagem na revista de gastronomia Tendências:


Yes, nós temos bananas, mas elas são bem mais complexas e multi-facetadas do que imaginavam os gringos...


Mais Roberta Sudbrack no Boa Vida:




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