O chef Paulo de Barros apresenta o padeiro-napolitano-que-não-gosta-de-ser-chamado-de-padeiro |
Um bar nunca é apenas a soma das partes, balcão, chopeira, estantes cheias de garrafas, mesas e cadeiras.
Bar tem alma.
Eu hoje mal tenho tempo para perder-me nos bons bares de São Paulo - mas nem sempre foi assim.
Sinto saudades, por exemplo, de quando eu podia perder tardes no Pandoro, naquele terração envidraçado da entrada, o salão quase sempre semi-abandonado, um quê de São Paulo antigo.
Sempre que me hospedava na casa do meu pai, que mora pertinho, eu passava lá a pé. Lembro com nostalgia dos tempos em que meu irmão me ligava de lá, já no quinto cajú amigo, e me chamava pra ir encontrar ele e os amigos dele. E assim passávamos a tarde do sábado rindo e contando casos e… bebendo, claro. Pra quem não sabe, o cajú amigo é uma mistura de vódca, açúcar, caju em calda e gelo, embora a versão original fosse feita com gim. Um perigo: tem gosto de suquinho de criança e desce fácil, fácil.
Era uma farra. Uma delícia de bar à moda antiga. Até que fechou e foi comprado por um Edgard Sahyoun (jovenzinho), em sociedade com investidores portugueses e o decorador João Armentano. Desastre completo. Mataram a alma do bar.
Eis que esta semana ele ressurge das cinzas, de novo – desta vez, transformado em mega restaurantão italiano, em mãos bem mais capazes.
Não vou entrar em muitos detalhes sobre o Girarrosto, que abre nesta terça-feira: o que tinha que ser dito saiu hoje mesmo na Vejinha, em matéria do Arnaldo Lorençato, e também neste post aqui. E o resto o próprio Paulo de Barros conta - e mostra! - nesse vídeo abaixo, que fiz lá uns dias atrás, quando ele me deu um tour.
Eu estava concentrada no tour, ia carregando o iPad de qualquer jeito. Resultado: o vídeo saiu péssimo – desculpem! – mas pelo menos dá boa ideia da magnitude da “brincadeira”.
Paulo de Barros (por acaso, meu amigo de infância) é um cara confiante e seguro. E tem porque ser, mesmo – é dos maiores cases de sucesso que esta cidade já viu. Resta ver se a força do nome do chef e o trabalho de um batalhão de gente que inclui os muito capazes chefs Massimo Barletti e Ivo Lopes, darão conta de preencher os 300 lugares e mandar todos para casa felizes. Missão um tanto ambiciosa, mas que do modo como vai a cena gastronômica paulistana, tem boas chances de vingar!
Av. Cidade Jardim, 60 Jardim Europa. Tel. (11) 3062-6000
Para quem recebe boletins deste blog via email e, portanto, não consegue ver o vídeo, clique aqui para vê-lo no YouTube.
E mais Paulo de Barros no Boa Vida:
Inaugurações de restaurantes em São Paulo a mil: coluna no caderno COMIDA da FOLHA
Italy, o restaurante de massas e antipasti de Paulo de Barros na Rua Oscar Freire