6.7.11

Tappo Trattoria, Nagayama Café, Emiliano, etc: comendo em São Paulo



Pode ter feito um frio dos diabos esses dias, mas isso não me impede de estar feliz feliz feliz com minha chegada a Sampaulo. Home sweet home!

E como sempre, já cheguei com uma lista de lugares a provar: Butcher's Market, Santovino, um japa secreto que promete e cujo nome não revelo nem sob tortura.

chef Vítor Sobral, da Tasca da Esquina


E além disso estou contando os dias para a inauguração, semana que vem, da Tasca da Esquina, do portuga Vítor Sobral (dos maiores cozinheiros da terrinha), na Alameda Itú. Abre terça dia 12!

E vem muito mais coisa boa por aí além disso, a começar pela Taberna 747 do meu querido primo Ipe Moraes.

Mas falemos antes do que já vi desde que cheguei. Dias de altos e baixos....

Um jantar rápido no Nagayama Café (por preguiça, cansaço, mais do que escolha), restaurante que racha de ganhar dinheiro a julgar pela lotação perene e o povo na rua esperando mesa.


Imaginem que agora eles inventaram até uma prateleirinha de acrílico que pregam no muro de fora, para as pessoas que esperam possam ter onde apoiar os drinques!



Foi traumatizante de tão ruim (atum péssimo, estranhamente aguado, arroz dos niguiris frio demais, sólido demais, etc etc etc). E caro, mesmo bebendo quase nada. Reparem nos preços abaixo....  E o pior é que os 40 reais cobrados pela dose de "sake japonês extra-dry" nem dá direito a saber o nome do dito cujo ou ver a garrafa!




A coisa melhorou na noite seguinte com um jantar de-li-ci-o-so na Tappo Trattoria, meu italianinho favorito na cidade.



Que o risoto de funghi estivesse bom eu já esperava. Mas... arraia? Eu lá imaginava que eles conseguiam acertar a mão no peixe?



Magret de pato impecável, também. E eu pedi um curioso ravióli de camarão, de massa bem fininha e leve, arrematado com uns poucos pinolis e generosa quantidade de molho de... foie gras! E não é que era ótimo?!



Deixamo-nos levar por umas indicações intere$$antí$$imas da super sommelière Daniela Bravin que só teriam sido melhores se não doessem tanto no bolso... welcome to São Paulo prices....

Tentei relevar ao lembrar o quanto me deu prazer beber, por exemplo, um nebbiolo do... Uruguai! (Vivendo e aprendendo.... desconhecia completamente a bodega Carrau e seu Vilasar Nebbiolo 2000 - pena que enxugamos o último ou penúltimo deles...)

No final, o chef-proprietário Benny Novak sentou-se conosco um pouco. Mais simpático - e preocupado em fazer as coisas direito - impossível. Grande cara.



Arranjei pique para dar uma passada na Galinhada do Dalva e Dito, baladinha bem no meu estilo, low-key, adulta, com serviço decente e alta frequencia de chefs (Bertolazzi, Bassoleil, Jacquin e o dono da casa, para citar apenas os que eu vi).

Hotel Emiliano

Também achei tempo para ir com duas amigas comilonas profissionais como eu ao Emiliano. Tinha que voltar lá, meu último almoço tinha sido bem decepcionante, e ao escrever isso no Twitter o chef José Barattino me contactou pedindo uma segunda chance. Pois lá fomos nós e.... estava médio.

Tenho muita pena de dizer isso porque o chef me parece incrivelmente aplicado e entendido e modesto, mas acho que falta ali apertar uns parafusos, delegar menos. Não entendi o porquê da presença no menu de uma sopa fria com sorvete em pleno inverno, mas mais grave foi o exagero de sal no meu gnocchi de milho verde com coelho, além das texturas desacertadas (a carne, passada, os gnocchi, com gruminhos de textura pouco palatável).

 

As sobremesas? Também decepcionantes. Talvez os invernos úmidos paulistanos não se prestem a um bom milles feuilles à francesa, quebradiço, etéreo - o do Emiliano mal se consegue partir com o garfo...  E assim foi, um jantar com alguns raros lampejos mais felizes, como o delicado falso ravioli de coelho galinha d'angola defumada.


O ponto alto foi, sem dúvida, minha entrada: ovo pochê e sardinhas sobre torrada bem crocante, salsinha picada, tomate confitado. Disse minha amiga Constance que o prato ganhou um prêmio importante - eu não tinha idéia. De todo modo, excelente!



Que mais.... provei uma rabada um tanto pálida e rija no Dalva e Dito (não ajuda o fato de eu ter crescido comendo em casa a que eu considero a melhor rabada do mundo, que passava mil horas em panelão de cobre sobre o fogão a lenha e ficava ainda mais incrível no dia seguinte).



Consolei-me com os ótimos doces de fazenda, em versão sofisticada (o de mamão verde era especialmente fino).

Doces de frutas variadas com calda e queijo, no Dalva e Dito


Confesso que o que comi de melhor, até agora, foi o cozido de carne com batata e coentro, o camarão com catupiry em crosta de suspiro e o bolo "de leite" da Nara.

E quem é Nara?

Ora, a cozinheira de casa! :)


Dalva e Dito: Rua Padre João Manuel, 1115
Tel.: (011) 3068-4444
www.dalvaedito.com.br

Tappo Trattoria:
Rua Da Consolação, 2967
Tel.: (011) 3063-4864
www.tappo.com.br

Emiliano: Rua Oscar Freire, 384
Tel.: (011) 3068-4390
www.emiliano.com.br

Nagayama Café: Rua Bandeira Paulista, 355
Tel.: (011) 3079-4675
www.nagayama.com.br

1 comment:

  1. O Nagayama deve ser o restaurante com as maiores margens de lucro do planeta. Peixe vagabundo (como em qualquer lugar de SP aliás), salmão e "peixe branco" vendidos a preço de iguaria. Mérito talvez do ambiente, que é bem aconchegante. Esse daYginjoU aí de R$ 300 é a cara da clientela do lugar: "Nossa, olha esse como é caro. Vamos pedir e nem procurar saber que sakê é". Lembrando que uma garrafa de daiginjo no Japão pode custar até meros R$ 40.

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