29.10.11

Comendo em Turim e Valência: a coluna do Comida desta semana


Chuva de trufas sobre o estupendo talharim servido
no restaurante Vintage, em Turim


Ando sumida, eu sei, e peço desculpas. Mas não tem sido fácil a) achar conexão à web que preste pelos vilarejos do Piemonte e b) descolar algumas horas para blogar entre um banquete e outro.

Estou comendo pela Europa, em itinerário pouco convencional. Resolvi casar, na mesma viagem, Piemonte e Valência (além da pequenina Denia, mais ao sul, onde fica o restaurante do Quique Dacosta).

Logo mais começarei a contar das comilanças. Por enquanto, divido aqui minha coluna desta quinta-feira no caderno COMIDA da Folha:

Sou uma 'gastrovictim'



Sou dessas loucas obcecadas, que cruza oceanos para passar cinco horas sentada comendo

ESTOU DE partida ao Piemonte. Para quê? Comer e beber, claro: é época de trufas brancas, especialidade local. Pouco sei sobre a história de Turim, mas pesquisei longamente os restaurantes da cidade e arredores. Almoços e jantares estão marcados: quatro dias de comilança me esperam. Dali, pegarei horas de trem até Denia, ao sul de Valência, para provar o menu-degustação de um dos maiores chefs do mundo, Quique Dacosta. Conto as horas.
Sou dessas loucas obcecadas, do tipo que cruza oceanos para passar até cinco horas sentada comendo -e ainda acha bom. Mas que ninguém pense que só jornalistas cometem tais exageros. Parece crescer o número de gente que viaja expressamente para comer. Vários paulistanos vão ao Piemonte anualmente, como peregrinos a Meca.
Certo produtor de TV viajou a Chicago, onde achou que encontraria o nirvana gastronômico. Depois de uma noite "inesquecível" no Next, do chef Grant Achatz, escreveu-me emocionado agradecendo a dica. Há ainda o A., que de tanto ir ao Noma, em Copenhague, ficou amigo do chef René Redzepi e engatou namoro com a chef-patissière!
Se turistas normais orientam-se usando o "Lonely Planet", "gastrovictims" consultam o guia "Michelin". Parte da graça está em discordar de cotações e estrelas com conhecimento de causa. Em comum, têm o fervor dos devotos, que não se abala pelas refeições intermináveis ou eventual indigestão.
Quiçá o mais extremo "gastrovictim" que já vi, um certo "Cesare Goloso", de São Paulo, acaba de voltar de maratona gourmet com paradas nas melhores mesas da Europa: El Celler de Can Roca, Dos Cielos, Arzak e Quique Dacosta (duas vezes!), na Espanha; Gambero Rosso e Piazza Duomo, na Itália, entre muitos mais. Atacou a missão como guerreiro: antes da viagem, comeu regradamente e passou uns dias no spa "fazendo uma reserva negativa". Trocou e-mails com restaurantes, anotando as reservas no itinerário-tabela. Quando lhe perguntavam se tinha alguma alergia alimentar, respondia: "só à comida ruim".

ALEXANDRA FORBES, jornalista gastronômica e foodtrotter, conta de suas andanças e comilanças também no Twitter (@aleforbes)

21.10.11

Réveillon em Trancoso: a pousada Jacaré do Brasil Casas



Andaram me pedindo dicas para o réveillon e a verdade é que acho que já é tarde... Pelo menos em Trancoso, as pousadas mais bacanas - Capim Santo, Etnia, Uxua e Jacaré do Brasil Casas, já estão lotadas, eu acho. Em todo caso, estava revendo as fotos da Jacaré do Brasil - que eu acho um verdadeiro encanto - e resolvi dividir com vocês...  Mesmo não tendo mais quartos, eles fazem sempre uns happy hours deliciosos, à beira-mar e abertos ao público...




19.10.11

Per Se, Daniel, Bernardin, etc.: os melhores restaurantes de Nova York: Michelin 2012

Eleven Madison Park: 3 estrelas no guia Michelin

Com atraso, e sem muito tempo de fazer comentários a respeito, e sem querer com isso dizer que acho que o Guia Michelin acertou em tudo, divido com vocês a lista de estrelados do guia na edição 2012.

Digo apenas que a lista inclui lugares onde eu não gastaria meus valiosos tostões, como Marea, Corton e Adour. Mas, de uma forma geral - e nessa era de perigosos rankings de amadores e/ou gente de rabo preso - de uma forma geral, trata-se de um raioX razoavelmente coerente e verdadeiro de quem está fazendo as coisas direito em Nova York.


18.10.11

Dicas de Barcelona para a chef Roberta Sudbrack


Lá vou eu, a "diqueira profissional", atender a outro pedido. Desta vez, foi a chef Roberta Sudbrack, no Rio, que me escreveu, perguntando se eu tinha recomendações de Barcelona para dar a ela.

Ô, se tenho! Amo aquela cidade mais do que qualquer outra na Europa e vou sempre que posso!

Se fosse qualquer outra pessoa, diria para tentar, desde já, pela internet, descolar uma vaga no Tickets, o pseudo bar de tapas dos irmãos Adrià que eu ADORO. Mas... é bem difícil conseguir a reserva e sei que a chef não curte muito as técnicas popularizadas pelo duo catalão...

Chef, além do Tickets, seguem aqui minhas dicas:

Tapas24, leia aqui o meu post.
Tapas24: Rua Diputació, 24, 269. Barcelona, tel. (34-93) 488-0977

Dos Cielos, dos gêmeos Torres, se quiser provar um restaurante chique, de alta cozinha.
Aqui no meu post eu explico porque vale a a pena.

Vila Viniteca: os melhores presuntos, queijos e vinhos, no Born

Dos Palillos, no Casa Camper. 
Achei o chef um antipático mas amei o resto. Bom, bom, bom demais! O “bar de tapas” Dos Palillos, ocupando uma quina do transadíssimo hotel Casa Camper, lembra um sushibar. Detrás de um balcão, os chefs cozinham à vista dos clientes, servem e descrevem os pratos. Divertido! Chamar os pratinhos que compõem o menu degustação de tapas seria passar uma falsa ideia de rusticidade. Os pequenos bocados, muito sofisticados, refletem os oito anos que o chef-proprietário passou no comando da cozinha do mítico restaurante El Bulli, de Ferran Adrià. O menu mescla Ásia e Espanha mas a primeira sai à frente: do won ton crocantíssimo, passando pelo temaki que o próprio cliente enrola, o Dos Palillos passeia por Japão, China e sudeste asiático. Para acompanhar há uma bem-sacada lista de saquês e vinhos assinada por Tamae Imachi, mulher do chef e sommelière. Dos Palillos: Hotel Casa Camper, Barcelona, tel. (34-93) 304-0513


Cuines Santa Caterina: cozinha de mercado em ambiente bacana
O Cuines Santa Caterina, que fica anexo ao mercado de mesmo nome. Faz o tipo pau para toda obra: é lugar para ir de jeans, bem relax, mas tem claras ambições gastronômicas. E o divertido menu divide-se em quatro “capítulos”: vegetariano, mediterrâneo, oriental e carbón (grelha). Fui com duas amigas e, lógico, pedimos um pouquinho de tudo. Mesmo não sendo muito fã de alcachofra, a do Cuines, com jamón e muito alho, é fantástica. A salada de tomates com atum é simplesmente isso: rodelas de tomate do melhor, com lascas de atum de lata, também ótimo. Os legumes sautés são servidos bem al dente, cortados com muito esmero. Tudo super fresco. E o ambiente é um charme: pé direito duplo, cozinha aberta para o salão, longas prateleiras abarrotadas de conservas, enlatados e outros mantimentos e, ao fundo, um muro coberto de ervas. Na entrada, há um bar de tapas que abre as 9 da manhã (sim, servem desayuno!) e só fecha lá pela meia noite.
Cuines Santa Caterina: Avenida Francesc Cambó, 16, Barcelona, tel. 34 93 268 9918,


HOTEIS

Mandarin Oriental
Tendo bala - porque é beeeem caro - não há hotel mais incrível. Querendo pagar menos, sugiro mesmo assim uma passada no Mandarin para ver o estonteante lobby, tomar um vinho, chá, café da manhã, qualquer coisa. Tem-que-ver total. Aqui, meu post cheio de fotos.

Casa Camper
O meu hotel favorito para quando vou como pessoa física. :)
Super bacaninha, jovem, com um cotê meio louco-desencanado, bicicletas de aluguel, café da manhã self-service e outras invencionices. Bem divertido.

OMM
Hospedei-me aqui uma vez e gostei muito, embora prefira a relativa "zona" do Raval, onde fica o Camper. O Omm, bem moderninho, fica no bairro de Eixample, que está para Barcelona como os Jardins para São Paulo. Assim que cheguei me afundei num banho de espuma, no meu banheiro com vista para a rua, super iluminado. Logo percebi que eu estava no hotel do momento. No lobby mobiliado com sofazões fofos de lona eu via um entra-e-sai sem fim de gente bonita e arrumada, e o zunzunzum ia aumentando conforme as pessoas iam chegando do trabalho e pedindo drinques. O melhor é que fica a uma quadra da Casa Milà, que os nativos chamam de La Pedrera, um predinho (residencial com alguns escritórios) lindo de morrer, desenhado por Gaudí. (É também o endereço do restaurante Moo, que leva a assinatura dos irmãos Roca).

E mais:

Quem realmente manja de Barcelona, um milhão de vezes mais do que eu, é a super jornalista Adriana Setti (ela é brasileira mas vive lá há anos). Um dos muitos posts tem-que-ler by Dri Setti: Restaurantes escondidinhos de Barcelona que valem a Viagem.

Food trucks: onda gastronômica que está tomando a América do Norte


A nova GQ está na banca e minha seção, a SABOR, fala de uma onda que ainda não desembarcou no Brasil: os food trucks. Já notaram a explosão deles pela América do Norte? Não falo de food trucks quaisquer, mas sim daqueles em versão turbo-gourmet. É larica com uma pegada gastronômica, preparada com ingredientes de primeira, muitos degraus acima do que imaginamos quando ouvimos o termo  “comida de rua”. Os caminhõezinhos, que surgiram em Los Angeles como uma versão gourmet e turbinada dos tão tradicionais taco trucks tocados por mexicanos, viraram febre que alastrou-se pela América do Norte. Funcionam como restaurantes sobre rodas, geralmente caminhões dos correios daqueles quadradões, customizados e equipados com fogão, coifa, geladeira, caixa e boqueta. Cada qual tem sua especialidade – que pode variar de sanduíches de queijo a carne assada, de saladas a sorvetes artesanais.

A GQ publicou uma seleção dos melhores food trucks, que reproduzo aqui:




Kogi BBQ (@kogi_bbq) - Los Angeles
Não se trata de UM truck, mas sim uma caravana de 5: Azul, Verde, Roja, Naranja e Rosita. Servem “tacos coreanos” e burritos, mixando Coréia e México nas receitas.
Chef: Roy Choi








Grumman ’78 (@grumman78) - Montreal
Caminhão de tacos do casal Hilary McGown (que trabalhou em restaurantes de Toronto) e Marc-André Leclerc, que passou por algumas das melhores cozinhas de Montreal: Toqué!, Au Pied de Cochon, L’Express e McKiernan. A terceira sócia, Gaëlle Cerf (na foto acima), foi gerente do restaurante mais cult de Montreal, o Au Pied de Cochon, por oito anos.  Circulam por Montreal sem endereço fixo.







O Coolhaus original, de Los Angeles    Foto: Coolhaus

Coolhaus
Food truck de duas arquitetas, cujo nome homenageia o starquiteto Rem Koolhas. O menu é tão sacado quanto o visual fofo-kitsch: os sabores incorporam trocadilhos como

Matéria na revista Time sobre os caminhões Coolhaus

Coolhaus de Nova York    Foto: Coolhaus










Ludo Truck (@LudoTruck) -  Los Angeles
O chef francês Ludo Levèbvre trabalhou em grandes restaurantes. Começou aos 14 como aprendiz do lendário Marc Meneau, no L’Esperance, em Vezelay, na Borgonha. Trabalhou em seguida para o também lendário Pierre Gagnaire e Alain Passard, dois dos maiores chefs da França.
Ele sonhava em viver na América e mudou-se para a Califórnia, onde comandou as cozinhas de dois excelentes restaurantes franceses, L’Orangerie e Bastide. Ganhou prêmios, publicou livros e tem hoje um programa de tevê. O Ludo Truck especializa-se em frango frito.





Miho Gastrotruck, San Diego, California
Esse truck especializa-se em gastronomia “farm-to-street”, o que significa ênfase em ingredientes orgânicos e pouco “viajados”, e menus que mudam sempre e incorporam o que há de melhor no mercado naquela semana.




Spencer on the Go!, San Francisco
O chef Laurent Katgely comanda esse bistrô sobre rodas que serve cozinha francesa fina mas a preços super acessíveis. Tem até boeuf bourguignon trufado! Dos poucos que fica em um endereço fixo na maior parte do tempo: a esquina da rua Folsom com a 7th.




Roli Roti, San Francisco
Rôtisserie sobre rodas de Thomas Odermatt, filho de um açougueiro suíço. Formou-se em agronomia orgânica em Zurique, fez mestrado em Berkeley, na Califórnia e nunca mais quis voltar à Europa.










Taïm Mobile (@taimmobile), Nova York
Truck especializado em falafels do chef israelense Einat Admony, do restaurante Taïm, no West Village. Pratos são muito criativos, como a salada de quinoa, grão de bico e cranberry. É dos raros food trucks que servem  jantar.











Gastropod (@gastropod) – Miami
O chef Jeremiah (assim mesmo, sem sobrenome) inspira-se na cozinha tecnoemocional e técnicas ultramodernas aprendidas em restaurantes famosos como Moto (Chicago) e WD-50 (Nova York).

13.10.11

Clos de Tapas, Eñe, Venga, Tasca da Esquina, Taberna 474: paixonite ibérica em São Paulo

Croqueta de paella do Venga    Foto: divulgação


Coluna no COMIDA da Folha desta semana...



Paixonite ibérica



Surgem não só novos 'portugas' como espanhóis transados e outros que misturam as duas vertentes

A UMA "estrangeira" como eu, o Rio parece pitorescamente português.
Lá sempre abundaram os adegões e quetais, servindo bacalhau em bolinhos ou nas receitas clássicas. No Leblon nasceu o fenômeno Antiquarius. Gloriosa história de sucesso de imigrantes lusos, hoje apenas um vaga-lume de fôlego evanescente, cuja filial paulistana um tanto apagada não faz jus à matriz, também já na curva descrescente.

Pois chegou a São Paulo, finalmente, o "portufilismo" -só que em versão muito atualizada. Iria além: vivemos uma paixonite ibérica.

Surgem não só novos "portugas" como espanhóis transados e outros que misturam as duas vertentes ao traduzi-las para o gosto local -quase todos casuais (aqui, como no mundo todo, os menus rígidos e o salão formal vão caindo de moda).

Muito já se falou da chegada do Vítor Sobral -famoso na terrinha- e de sua falsa tasca nos Jardins, a Tasca da Esquina: bem simpática e boa, porém bem carinha também, ao contrário das autênticas.

Embora ainda entorpecido pela aura dourada da calorosa acolhida, o chef "tuga" logo verá que a concorrência não está fácil: as boas tascas multiplicam-se. Destacam-se, no mar de opções, a pioneira Adega Santiago, de Ipe Moraes, e sua nova Taberna 474, com pegada ainda mais portuguesa, e a Tasca do Zé e da Maria, em Pinheiros.

Se a cozinha "tuga" revisitada avança a passo rápido por aqui, diria o mesmo da espanhola. Por décadas, a Espanha em São Paulo resumia-se à caretice do Don Curro.

Hoje a cena é outra. Temos desde os modernos Clos de Tapas e Eñe até vários bares de tapas ou pintxos, como o Maripili, em Santo Amaro, e o Donostia, em Pinheiros. Abrirá em breve na Oscar Freire o Alma María, de dono e chef espanhóis.

E teremos, logo mais, filial paulistana do Venga!, botequinho de tapas no Leblon que tomou o Rio de assalto, lotado desde o primeiro dia, já com outro endereço em Ipanema.

Curioso: tardiamente, caímos de amores pelas comidinhas das terras onde tantos de nós temos raízes.

ALEXANDRA FORBES, jornalista gastronômica e foodtrotter, conta de suas andanças e comilanças também no Twitter (@aleforbes)

12.10.11

A última ceia no El Bulli: The Last Waltz em delicioso documentário, na web, grátis

Chef Ferran Adrià indo servir o último "Pêche Melba" da noite - e da vida

Depois que o último prato saiu da cozinha, o primeiro que Ferran abraçou
foi o irmão e braço-direito Albert


Já MUITO se falou e escreveu sobre o fechamento do El Bulli, no fim de julho, com um jantar-pra-estourar-a-boca-do-balão apelidado de The Last Waltz. Redzepi, Achatz, Bottura, Roca, Andrés... estavam todos os importantes ex-stagiaires e ex-chefs lá, e a balada foi até o raiar do dia.

Chef René Redzepi do Noma tirando foto com o gigante bolo-buldogue comemorativo

Não vou repetir tudo aqui...

Os voyeurs que quiserem ver tudo o que rolou têm que conferir esse documentário (em catalão, mas com muito espanhol e inglês misturado no meio).

Imperdível.

Aqui, o link.

Créditos das imagens acima: tiradas do documentário, que foi produzido pela Televisió de Catalunya


Foto do pôster: Bob Noto

Gastrotech, em Barcelona: a última cartada do chef Ferran Adrià



Sei que falo muito de Ferran Adrià neste blog. Tento me policiar, falar de outros. Mas o que eu posso fazer se o cara não para? A cada semana descubro uma nova!

Dos dias 17 ao 19 deste mês ele inventou de comandar um outro evento, o Gastrotech. Não é exatamente um fórum de gastronomia, mas de... sei lá do que. De internet. De tecnologia. Do admirável mundo novo. Acho que nem ele sabe bem.

Ferran vai fazer o evento na Telefonica, seu maior sponsor atual. Ele é o garoto-propaganda da empresa e diz que pretende usar o laboratório de pesquisas deles para aprender coisas novas. A ver.

O fato é que Ferran anda de orelha em pé com essa coisa de blogs, guias de restaurantes online, a compra do Zagat pela Google, etc. Ele quer entender, dominar. Daí o surgimento do Gastrotech.

Olhei o programa. Tem muita coisa ali feita pra agradar sponsor (almoço patrocinado pelo queijo gorgonzola, etc). E ninguém precisa ouvir discurso de diretor de Telefonica, né? (Eu, pelo menos, dispenso). Mas......................   vi também uns speakers com potencial para serem muito bons, para dizerem algo de realmente novo e/ou relevante. Assinalei abaixo em tipologia azul o que parecem ser os highlights:


Program

MONDAY 17th Oct

Inauguration

(Telefonica Digital Barcelona premises)

     9:00 Acreditation
      9:15 Welcome and press conference (Ferran Adrià & Pablo Rodríguez)

Blog for Food

(Telefonica Digital Barcelona premises)

     9:45 Cuisine Blogging Panel (D. Calvao, P. Albornà,  S. Bonilli, R. McCormack, lead by M.F. Guadaño)
    11:15 Coffee Break, Andalusian Breakfast by Inés Rosales & Acesur
    11:45 Cooks & Internet Panel (F.Adrià, Pepe Solla, Francis Paniego, Quique Dacosta, Marcos Morán, Paco Morales lead by Guía Repsol)
    13:45 Departure to CETT Venue for the "Out for Food" session

Out for Food (by invitation)
(CETT Cook School premises)

    ---Spanish session---
    14:15 Visit to CETT cook school

    14:30 Gourmet Lunch by Gorgonzola, Reyno Gourmet, Oviaragón, Beso de Vino, Acesur, Jamones Sierra de Sevilla y Barbadillo.

    16:30 Alicia Foundation (Toni Massanés)
    17:00 GorgonzoLAB innovation project & Gorgonzola workshop (Ángel León, Angela Barusi)
    17:45 Showcooking by Guía Repsol (Ana Ruiz and Quintín Quinsac of the AQ rest)
    18:30 Meat tasting Workshop by Cárnicas Goya (Roberto Ruíz)
    19:15 Sherry Tasting Workshop by Bodegas Barbadillo (Pepe Ferrer)

    20:15 Departure to the Damm premisses for the Social Dinner

Social Dinner (by invitation)

(Damm old factory premises)

    20:45 Visit to Damm premises
    21:30 Social Dinner

TUESDAY 18th Oct
   
Thought for Food
(Telefonica Digital Barcelona premises)

 8:00 Accreditation
 8:30 Welcome by Pablo Rodriguez (Telefonica Digital Research Director)

 9:00 Session I – Food & Social
    Social Networks and Gastronomy Balachander Krishnamurthy (AT&T Research)
    Shared Cooking and Shared Eating K. O'Hara (Microsoft Research)
    Language as a platform for innovation: Lessons from elBulli P. Opazo, R.Sangüesa (U. of Columbia, UPC)

10:30 Keynote -Food, Innovation, and Intellectual Property Rights
    Johanna Blakley, Deputy Director at the Norman Lear Center   

11:00 Coffee Break
11:30 Session II – Food Genommics & Data Mining
    Food Hacking and Food Genome M.Powell (Foodspotting)
    Ingredients., Flavours and Data Mining  S.Anhert/Y.Ahn (Cambridge U.)
    Rating of Restaurants 2.0 What do reviews tell? T. Roelleke, (Yahoo Research)


13:00 Lunch Break
14:00 Session III – Food Technologies
    Super Mario's  Mushrooms: the role of food in video games,  G. Sinclair (U. of Vancouver)
    Food and Computer Science P. Inverardi (U. dell Áquila)

15:30 Coffee Break
16:00 Session IV: Food Trends
    Trends in Food and Technology A. Van de Ven (Telefonica Digital)
    Trends in Aesthetics, Art and Cooking. What are the Key Issues of Philosophy of Cooking and Gastronomy to be addressed by Technology? G.Vilar, J. Jaques (UAB)
    Mobile marketing with food and drinks (Golden Gekko)


18:00 Closing Pablo Rodriguez (Telefonica Digital Research Director)
Veremos no que vai dar....

John Dory Oyster Bar, em Nova York: restaurante hype anexo ao hotel Ace


Cada vez que eu chego em Nova York tenho uma listinha de lugares-tem-que-ver, que por um motivo ou outro eu sei que não posso deixar de experimentar.

Da última vez, agora em dezembro, cheguei lá doida pra ir ao John Dory Oyster Bar (restaurante focado em peixes e frutos do mar com um grande bar de ostras e moluscos), que fica anexo ao lobby do Ace, o mais bacana dos hoteis BBB de Nova York (bons, bonitos e baratos).




Trata-se do gastropub da chef super hypada April Bloomfield, que acaba de ser perfilada pela New Yorker, em sociedade com Ken Friedman, que cuidou do (bacaníssimo) décor.







No The Breslin, Friedman fez um décor meio retrô, com muita madeira escura, nichos (booths) acortinados que recortam o salão e dão climinha intimista, e bichos empalhados nas paredes. A comida é supercarnívora e inclui várias salsichas, miúdos e peças inteiras de boi ou cordeiro.


O John Dory Oyster Bar, eu soube pelo Twitter, já tem uma baita espera quase toda noite.



E não me surpreende, já que o John Dory original (no Meatpacking, fechou ano passado) era super hype e frequentado por chefs estrelados. No menu, crudos (peixe cru à italiana), caviar e um bar de frutos do mar servindo lagosta, ouriço do mar vivo, siri, camarões e, claro, ostras.




Pois qual não foi minha surpresa quando percebi que meu hotel, o Gansevoort Park Avenue, fica a DUAS QUADRAS do Ace! Adivinhem o que eu fiz? Depois de uma manhã inteira passada no quarto do hotel, trabalhando (ARGH!) saí andando direto até lá. E foi ótima ideia: nem metade das mesas estavam ocupadas, então deu pra me sentar no bar de ostras tranquilamente e ser servida civilizadamente. Maravilha! :)

bar de ostras do John Dory
 Tinha que pedir ostras, lógico. Escolhi umas miudinhas da costa Oeste que me lembraram muito as kumamotos que eu amo, e umas outras cujo nome me escapa, menos boas. Vieram com mignonette e raiz forte ralada na hora.


 Em seguida, fui de crudo de um peixe chamado hiramasa.


Dos melhores crudos que já comi! O peixe em bocados perfeitos que enchiam a boca. Por cima, fino gengibre confitado e pedacinhos ultra crocantes da pele do mesmo peixe, como se fossem croutonzinhos do mar. Ah sim, e uma pitada de flor de sal. Maravilha!

Terminei com um chowder de-li-ci-o-so, com gordos nacos de lagosta, cubos de batata bem molinha e de bacon, e por cima salsinha fresca e picada grosseiramente, de propósito. Delícia.



O garçon insistiu que eu pedisse uns "potato buns" pra acompanhar. Bastou dar a primeira mordida pra entender porquê: que maravilha! Pãozinho super macio e amanteigado, com crosta crocante, textura lembrando a de um brioche, com sal marinho salpicado por cima. Viciante!



O chopp que eu pedi casou esplendidamente com meu singelo almocinho de sábado. Saí caminhando pela tarde fria e cinzenta como se levasse um sol dentro de mim. Impressionante como comer bem me põe feliz!



John Dory Oyster Bar: 1196 Broadway, tel. +1 212 792 9000 (não faz reserva)
The Breslin: Rua 29, 16, Tel. +1 646 214 5788



10.10.11

Adriano Kanashiro volta à cena com o Izakaya Momotaro, que abre no fim do mês


Notícia quentíssima postada ontem pelo Arnaldo Lorençato da Vejinha: o talentoso Adriano Kanashiro, ex-Kinu, está voltando à cena.

Ele vai comandar o novo Momotaro, um izakaya que tem cara de ser ultrachique.

(Que onda de izakayas, não? Dona Margarida do Izakaya Issa lançou moda sem querer!)

O Momotaro abre no fim do mês na Diogo Jácome (Vila Nova Conceição), perto do Kinoshita e do Clos de Tapas.

Conta o Arnaldo:

"Aos poucos, as quadras da Rua Diogo Jácome entre a Rua Domingos Fernandes e a Avenida Hélio Pelegrino, bem pertinho do Parque do Ibirapuera, vêm se tornando um novo point gastronômico da cidade. É ali que funcionam a loja de vinhos Ville du Vin, conjugada ao Bistro Vintage, o restaurante contemporâneo Figo e a chocolateria Chocolat des Arts
(...) Tem projeto do arquiteto Roberto Kubota e paisagismo assinado por Gilberto Elkis. No mobiliário, cadeiras Carlos Motta.
Balcão do bar: a previsão é oferecer, no mínimo, quarenta rótulos de saquê e shochu.
(...)
O segundo pavimento do Momotaro (lenda sobre um garoto que nasceu dentro de um pêssego e também palavra que dá nome a um tomate oriental) será reservado aos experimentos culinários do cozinheiro. Embora deva estar pronto na inauguração, esse espaço só entrará em funcionamento em dezembro."

R. Diogo Jácome, 591, Vila Nova Conceição, São Paulo, Tel.: 0/xx/11/3842-5590. Seg. a dom, só jantar.

8.10.11

Chef Gastón Acurio e a feira Mistura em Lima na Prazeres da Mesa


Se não disse ainda tudo o que penso do Mistura aqui neste blog, a matéria na Prazeres da Mesa dá a geral da feira: porque bomba, quem está por trás e porque merece uma visita em 2012. Leiam!
E fiz um vídeo para acompanhar....




Yam Tcha, Le Dauphin et. al: os melhores restaurantes de Paris, para tia Carola



Minha querida tia Carola escreve pedindo dicas de Paris. Faz tempo que não vou, mas eis um mix de dicas minhas e de fontes muito muito seguras, tia:

 Inaki no Le Dauphin    © Foodsnob


Le Dauphin, o hotspot do chef mais cool de Paris

Já houve quem comparasse o novo mini-restô Le Dauphin, em Paris, a um banheirão de alto luxo.  O dramático espaço, inteiro de mármore branco (até o teto!) com espelhos e saído da prancheta do starquiteto Rem Koolhas, é metade do motivo que lota o lugar a cada noite. A outra metade chama-se Inaki Aizpitarte. O chef bad boy e bonitão (também dono do quase vizinho Le Chateaubriand) anda em bandos cool, tem legiões de fãs e, acima de tudo, cozinha esplendidamente. Super super cheio e badalado, pra quem gosta... Pra terem uma ótima ideia de quem ele é, vejam este link.
Le Dauphin: 131 Avenue Parmentier, tel. 33 1 5528-7888, sem site



Rino
Novidade de um pupilo do Inaki Aizpitarte e "coup de coeur" de Luc Dubanchet, crítico do Omnivore.
Clique na imagem para ver maior.



Dois bistrôs super bem recomendados, querendo algo menos badalado e mais "roots", dica do blog da Lina, o Conexão Paris:

Auberge Pyrénées-Cévennes, 106, rue de la Folie-Méricourt, 75011, Paris. Fone: 0143573378  Metrô: République
e
Pramil (mais clean, boa carta de vinhos).
9 rue Vertbois, 75003,  Fone: 0142720360
Metrô: Temple.





Yam Tcha
Uma chef extremamente talentosa e sensível e discreta. Uma paixão pela China. Anos sob a batuta do grande Pascal Barbot (dos maiores chefs da França). Resultado: um minúsculo, intimista e único restaurante, bem feminino, bem refinado, com pegada chinesa e ênfase em verduras pouco comuns. Reservar com MUITA antecedência. Os detalhes, neste meu post aqui.
Yam Tcha: 4, rue Sauval, tel. (33-1) 40.26.08.07 (não tem website!)


Sur Mesure, no Mandarin Oriental de Paris


Novo Mandarin Oriental
Thierry Marx, chef admiradíssimo na França e formado em restaurantes alto-quilate como Taillevent e Robuchon, passou mais de dez anos no restaurante do Château Cordeillan-Bages, no coração da região vinhateira de Bordeaux. Ali conquistou duas estrelas Michelin. Mudou-se para Paris para comandar o restaurante do novo hotel Mandarin Oriental, o Sur Mesure. A afinidade com a rede hoteleira vem da admiração que o chef tem pela Ásia: ele viaja ao Japão todo ano para meditar em um monastério budista. Vem a calhar, portanto, o décor moderno-zen todo branco-gelo, belíssimo, assinado pelo famoso duo Patrick Jouin e Sanjit Manku. Lindo de morrer! Se não forem jantar, passem pelo menos para conhecer o bar e/ou a loja de bolos e doces.
Sur Mesure: hotel Mandarin Oriental, Paris, tel. +33 1 7098 7888 www.mandarinoriental.com


Ralph's, do Ralph Lauren


Esse é mais pra badalar....

O homem já passou da idade de se aposentar e colheu todos os louros que poderia esperar, mas ainda não sossegou: Ralph Lauren resolveu virar restaurateur este ano. Em abril, o estilista abriu uma flagship da sua grife em prelo Boulevard Saint Germain, em Paris, e instalou, dentro da megaloja, um restaurante que virou hit.

O Ralph’s segue à risca a estética preppy que está por trás de tudo o que leva a grife Ralph Lauren. A cozinha é bem americana, com ênfase em clássicos de New England (crabcakes, hambúrguer de peru, cheesecake, etc). Isso poderia se traduzir em um desastre – comida rápida americanizada para franceses esnobes – mas a fórmula dá certo porque os pratos são bem-bolados e bem-executados, graças à consultoria do mago Danny Meyer, dono de megasucessos novaiorquinos como Gramercy Tavern e Eleven Madison Park.
Ralph’s: 173 Boulevard Saint-Germain, 6th Arrondissement, Paris; +33 1 44 77 76 00.

E mais:
O site de restaurantes de Paris favorito da Priscila, o paris.unlike
O site Conexão Paris, o melhor em português sobre a cidade luz

6.10.11

Taberna 474, do Ipe Moraes: tasca praiana pertinho da Adega Santiago

Ipe Moraes,  em foto do DJ Dudu Lopes



Já sabem da super novidade do Ipe Moraes, o restaurateur por trás dos enormes sucessos Adega Santiago e Bottagallo (este segundo, ele tem em parceria com os donos do Pirajá, do Astor e das Casas Bráz)?



Chama-se Taberna 474 e abriu ontem, dia 5. Fica na esquina onde era o Bar do Léo, na rua Sampaio Vidal esquina com a Maria Carolina, no Jardim Europa.

Ali, bem pertinho de sua Adega Santiago. É, essencialmente, uma tasca (restaurante simples, à moda portuguesa, onde reinam os petiscos e os pratos fartos e rústicos), mas com toques de Litoral Norte.  Reproduzo, a seguir, curta descrição do lugar, nas próprias palavras dele:

“A Tasca tem boas cervejas de casco, vinhos com preço legal, drinks diferentes e comida simples do mar, com passagens pelo nosso litoral norte paulista, e sul carioca e coisas da terrinha que em meus lugares nunca podem faltar. O lugar vai ter um ar meio surf, meio barco, com madeiras coloridas e reggae rolando. Roots total! O arquiteto é meu grande amigo e praieiro como eu, o Carlinhos Motta. Temos uma extensão da cozinha no salão junto ao bar, com ostras, mexilhões, vieiras, peixes frescos, embutidos etc... . Como o imóvel é meio recortado, preferi deixar assim, e temos como em Portugal, Espanha e alguns lugares das antigas em São Paulo e Rio, um belo bar, balcão e mesas na entrada, e o Comedor nos fundos, onde rolam os pratos e um astral mais cozinha.”
Bacalhau ao forno com grão de bico e brócolis da Taberna 474

No menu da Taberna:

Ostras de Sta Catarina (R$19) e Cananéia (R$16)
Prato de Peixes frescos (R$44) (leia-se: crudos)
Mexilhões à Bulhões Pato (R$39)
Lulas na chapa com salsa verde (R$35), servidas com sua tinta e molho a base de azeite e salsa
Sardinhas portuguesas grelhadas, azeite da terra e pão (R$24)
Pataniscas de Bacalhau (R$22)
Queijo fresco da casa, temperado com azeite e raspas de limão (R$18)
Croquetes de Carne e Chouriço (R$22)
Açorda de Camarão (R$19)
Bacalhau na Brasa (R$145), uma grande posta de 1kg do peixe,
grelhada inteira e servida com alho frito, batata e brócolis, que pode ser dividida por 2 pessoas.
Bacalhau à Tasca Velha (R$42), em lascas, mexido com ovos e cebola e servido com batata palha
Bacalhau ao forno (R$65), acompanhado por grão de bico, brócolis, cebola, pimentão vermelho, ovo cozido e azeitonas pretas
Polvo do Chef (R$53), grelhado com azeite de ervas, batatinhas e legumes
Fettuccini Integral à Lisboeta (R$49), com atum selado, tomatinhos, azeite, raspas de limão e pimenta dedo de moça.
Bisteca de Porco (R$38), com mandioca crocante (R$8,50) ou batatas fritas da casa (R$9,50)
Taberna 474
Rua Maria Carolina, 474
Telefone: (11) 3062-7098
Horário de funcionamento: de terça a quinta das 17h30 às 12h00; sexta e sábado das 12h00 às 24h00 e domingo das 12h00 às 22h30
95 lugares

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