Croqueta de paella do Venga Foto: divulgação |
Coluna no COMIDA da Folha desta semana...
Paixonite ibérica
Surgem não só novos 'portugas' como espanhóis transados e outros que misturam as duas vertentes |
A UMA "estrangeira" como eu, o Rio parece pitorescamente português.
Lá sempre abundaram os adegões e quetais, servindo bacalhau em bolinhos ou nas receitas clássicas. No Leblon nasceu o fenômeno Antiquarius. Gloriosa história de sucesso de imigrantes lusos, hoje apenas um vaga-lume de fôlego evanescente, cuja filial paulistana um tanto apagada não faz jus à matriz, também já na curva descrescente.
Pois chegou a São Paulo, finalmente, o "portufilismo" -só que em versão muito atualizada. Iria além: vivemos uma paixonite ibérica.
Surgem não só novos "portugas" como espanhóis transados e outros que misturam as duas vertentes ao traduzi-las para o gosto local -quase todos casuais (aqui, como no mundo todo, os menus rígidos e o salão formal vão caindo de moda).
Muito já se falou da chegada do Vítor Sobral -famoso na terrinha- e de sua falsa tasca nos Jardins, a Tasca da Esquina: bem simpática e boa, porém bem carinha também, ao contrário das autênticas.
Embora ainda entorpecido pela aura dourada da calorosa acolhida, o chef "tuga" logo verá que a concorrência não está fácil: as boas tascas multiplicam-se. Destacam-se, no mar de opções, a pioneira Adega Santiago, de Ipe Moraes, e sua nova Taberna 474, com pegada ainda mais portuguesa, e a Tasca do Zé e da Maria, em Pinheiros.
Se a cozinha "tuga" revisitada avança a passo rápido por aqui, diria o mesmo da espanhola. Por décadas, a Espanha em São Paulo resumia-se à caretice do Don Curro.
Hoje a cena é outra. Temos desde os modernos Clos de Tapas e Eñe até vários bares de tapas ou pintxos, como o Maripili, em Santo Amaro, e o Donostia, em Pinheiros. Abrirá em breve na Oscar Freire o Alma María, de dono e chef espanhóis.
E teremos, logo mais, filial paulistana do Venga!, botequinho de tapas no Leblon que tomou o Rio de assalto, lotado desde o primeiro dia, já com outro endereço em Ipanema.
Curioso: tardiamente, caímos de amores pelas comidinhas das terras onde tantos de nós temos raízes.
ALEXANDRA FORBES, jornalista gastronômica e foodtrotter, conta de suas andanças e comilanças também no Twitter (@aleforbes)
Prezada Alexandta, eu não entendi bem o artigo, é sobre os preços dos restaurantes ou sobre gastronomia??? Sobre os preços são todos caríssimos, sobretudo em São Paulo! Sobre gastronomia, podemos falar de todos, são mesmo excelentes estes ibéricos, mas faço uma ressalva, não podemos comparar uma cozinha assinada, como a Tasca da Esquina, do respeitadíssimo Vitor Sobral, lembrabdo que há pouco teve uma maravilhosa critica no New York Times,com as outras cozinhas, que mesmo excelentes, de altíssimo nível, não se enquadram na tradição da nova culinária portuguesa, pesquisada e executada com larguíssima experiência pelo Chef português. Vitor Sobral é corajoso em abrir um restaurante aqui, nesta terra brasílis aonde impera o "bairrismo". Ainda estou para ver um chef estrangeiro que, depois de algum tempo não caia no ostracismo da crítica nacional, por mais excelente que sejam... enquanto vejo muitos nativos serem comemorados como reis mesmo que estejam aquém desta condição... Layla Fiusa laylaf@uol.com.br
ReplyDeleteOlá! Sou uma blogueira gastronômica que trabalha (por acaso! rs) no mercado financeiro, na Av. Paulista. Frequentemente vou almoçar no Taormina, um pequeno e aconchegante restaurante de comida siciliana... E sempre passo pelo Tasca da Esquina, que fica ao lado do Taormina, e penso: um dia, preciso vir aqui! Não sabia que se tratava de um "chef português" renomado... Valeu pela dica. Se quiser conhecer o blog, acabei de fazer um post sobre o Taormina! abraços, Bia http://desafiosgastronomicos.com.br
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