12.8.11
Chef Heston Blumenthal troca a mulher por americana "tentadora" e boa de cozinha
Hoje mesmo eu postei sobre o evento Mistura, que vai acontecer mês que vem em Lima, notando a estranheza da ausência do chef Heston Blumenthal. Ele faz parte do G9, um grupo que... ah, esqueçam, quem quiser saber essa parte pode clicar aqui.
Queria contar do bas-fond que descobri agora e que deve ser o motivo dele cancelar a ida ao Peru. Ele trocou a mulher por uma gostosete autora de livro de receitas, americana.
Bem que eu achei, ao vê-lo uns meses atrás, que ele andava mais bronzeado, magro, sorridente e bem-vestido do que de costume. Até cheguei a pensar que não deveria estar fácil para a mulher dele segurá-lo. Eita intuição feminina!
Os detalhes sórdidos, no site Eater.
Pedro Martinelli lança livro e abre mostra de fotos assinadas no estudiobola, em São Paulo
Em vinte anos de carreira – meu Deus, tô velha! – meu melhor assignment, disparado, foi uma ida à Amazônia pra escrever sobre seus hotéis de selva em.... 1996. Fui mandada lá pela revista VIP, onde eu trabalhava na época (a matéria resultante aparece acima).
Sim, faz tempo pra burro...
Imaginem vocês que fui pra lá com o mr. Amazônia em pessoa, o grande fotógrafo Pedro Martinelli, vulgo Pedrão. Que tinha um barco em Manaus e me levou em cada quebrada que não me esqueço. Que farinhas, que pimentas, que peixes, minhanossasenhora! Foi a primeira vez que comi creme de cupuaçu. E tanta coisa mais. Uma verdadeira aula de cozinha brasileira de raiz.
Mas essa ida à Amazônia tem estado na minha cabeça ultimamente, desde que revi o Pedrão. Como contei aqui no Boa Vida outro dia, vi uma ótima palestra dele no evento do Paladar, no Hyatt. Encontrá-lo foi bom, e revirou velhas memórias dentro de mim. E renovou minha vontade de voltar para o mato com ele. Quem sabe, né?
Mais fotos do álbum: São Gabriel da Cachoeira, Amazônia
Na época, não só fomos de barco a uns hotéis de selva perto de Manaus como pegamos um teco-teco até São Gabriel da Cachoeira, lá onde o Brasil termina. Um lugar estranhamente mágico, que na revista, descrevi assim:
“É um fim de tarde típico de São Gabriel da Cachoeira — a rajada de vento e o vôo baixo e ruidoso dos quero-queros anunciam chuva forte. Minha varanda dá para uma branquíssima península de areia fina que, quando o rio sobe, se torna uma ilhota de não mais de 400 metros de comprimento. (...) Ouvem-se mais pássaros e sapos do que vozes. É possível pescar tucunarés ou nadar nas beiradas rasas banhadas pela água cor de Coca-Cola do Rio Negro. A tranqüilidade é absoluta. (...) Em São Gabriel da Cachoeira, povoado fundado por missionários jesuítas e por carmelitas por volta de 1695, ainda hoje pastores e freiras vão a aldeias catequizar índios e vendem seu artesanato em uma lojinha ao lado da igreja. Não cometa a gafe de querer fotografar o povo da vila - caboclos e índios -, sem conquistá-los antes: são tímidos e vão fugir imediatamente para trás dos varais de estender roupas.”
Pelada em São Gabriel da Cachoeira, do meu álbum
Pois agora, não bastasse ter visto o Pedrão discorrer sobre as mandiocas da Amazônia no Paladar, descobri que ele abre uma mostra amanhã, em São Paulo!
Foto: Pedro Martinelli
"Com exposição de fotos vintage, o livro Martinelli, Pedro da coleção Fotógrafos Viajantes será lançado dia 13 de agosto, sábado, pela Terra Virgem Editora no estudiobola.
A COMPOTA Edições Limitadas num trabalho minucioso de edição, escolheu 36 fotografias, em preto-e-branco, que retratam a Amazônia, um dos temas mais explorados por Pedro Martinelli em seus 40 anos de carreira. São imagens vintage, únicas, todas PAs - provas de autor - em papéis já descontinuados no mercado com preços a partir de R$ 700,00.
No mesmo dia da abertura da mostra, será lançado o livro Martinelli, Pedro que reúne imagens feitas por um dos maiores fotógrafos do País. Pedro Martinelli atuou em grandes jornais e revistas como O Globo (1970 a 1975), Veja (1977-1983) e Editora Abril (1983-1994). As paisagens, os índios, o desmatamento e os detalhes da Amazônia permeiam todo o livro e dividem espaço com futebol; políticos, como Lula, Maluf ou Juruna; uma modelo tcheca em Paris, e uma versão “dona de casa” de Sonia Braga, cozinhando em Paraty.
Idealizada por Leslie Markus e Marina Prado, a COMPOTA é um selo de fotografia com imagens para todas as paredes. Com uma proposta inédita no país, a marca quer abrir espaço para a fotografia autoral e apresentar por meio de edições limitadas, trabalhos de fotógrafos brasileiros. A ideia é investir também na criação de produtos que tenham a fotografia como base e os artistas como parceiros, tais como luminárias e objetos de decoração.
Fotos: Pedro Martinelli
Leslie Markus e Marina Prado são amigas de longa data que compartilham o interesse a paixão pela fotografia. Trabalharam juntas durante quatro anos agenciando fotógrafos para o mercado de publicidade. Ao perceberem o desejo e a dificuldade de diversas pessoas em comprar fotografias, vem à tona um antigo sonho: o de trabalhar e comercializar fotos autorais. Nasce assim, em 2010, a Compota Edições Limitadas.
Marina Prado foi coordenadora do estúdio fotográfico da W/Brasil, fundadora da MP Agência de Fotografia e representou grandes nome da fotografia brasileira como Rui Mendes, Feco Hambúrguer e Eduardo Girão. Leslie Markus trabalha com Marina Prado na MP Agência de Fotografia, foi diretora da Superstudio e agenciou fotógrafos como Daniel Klajmic, André Passos, Luis Crispino, Roberto Stelzer, Christian Gaul, entre outros. É também produtora do longa-metragem Estação Liberdade em parceria com a Pródigo Films de Caito Ortiz – com lançamento previsto para 2012."
A mostra tem até vídeo, vejam só que bacana:
Pedro Martinelli no evento Paladar.
Página da mostra no Facebook.
Site da Compota.
E mais fotos do livro, neste link.
Restaurante Manish: um bom árabe no Itaim, da familia Abbud
Fotos: divulgação e Alexandra Forbes
Não sou nenhuma expert, mas adoro comida árabe. Por isso resolvi experimentar o novo Manish, na rua Horácio Lafer, no Itaim, São Paulo. E sabem que foi uma feliz surpresa atrás da outra?
Amei a fachada. Eles chamam aquela treliça de muxarabiê (não sei explicar o porquê), e o efeito é super bacana, por causa do como a "renda" recorta a luz natural. Lá dentro, o espaço dá show de beleza. Pequenas árvores dividem o salão em dois, e uma vasta parede de vidro deixa à vista uma bela parede coberta de trepadeiras, do vizinho, que passa agradável sensação de paz.
Amei a fachada. Eles chamam aquela treliça de muxarabiê (não sei explicar o porquê), e o efeito é super bacana, por causa do como a "renda" recorta a luz natural. Lá dentro, o espaço dá show de beleza. Pequenas árvores dividem o salão em dois, e uma vasta parede de vidro deixa à vista uma bela parede coberta de trepadeiras, do vizinho, que passa agradável sensação de paz.
O press release explica o seguinte: "Apesar de novo, o restaurante carrega consigo a tradição da família Abbud no ramo de restaurantes árabes. Emílio Abbud, fundador do extinto Flamingo, deu início a essa tradição, em 1957. Hoje, seu filho, Paulo Abbud, conduz o Farabbud, em Moema, e seu neto, Paulo Abbud Filho, ao lado do sócio Ricardo Castanho Pinho, comanda o Saj, na Vila Madalena.
Com essa “expertise” na bagagem, os herdeiros de Emílio, ao lado de Ricardo, apostam numa cozinha árabe tradicional reforçada pelo uso de ingredientes orgânicos. Em respeito a essas tradições, pesquisadas em uma viagem de campo ao Líbano, temperos ou outros ingredientes industrializados não têm vez por ali."
De cara, senti firmeza. Provei o pão (de um tipo chamado saj, que, quando temperado com azeite e zaatar, chama-se maeaneesh (daí o nome da casa) - e as pastas - babaganoush, coalhada, etc - e fiquei querendo repeteco...
Ótimo também o kibe cru (bem melhor do que os kibes assados de carne e peixe, este último, seco e adocicado demais):
De cara, senti firmeza. Provei o pão (de um tipo chamado saj, que, quando temperado com azeite e zaatar, chama-se maeaneesh (daí o nome da casa) - e as pastas - babaganoush, coalhada, etc - e fiquei querendo repeteco...
Ótimo também o kibe cru (bem melhor do que os kibes assados de carne e peixe, este último, seco e adocicado demais):
Mas o que impressionou a valer foram as esfihas de carne, a massa, deliciosamente tostada e fofa nas bordas, aberta e assada na hora, de recheio bem molhadinho e temperadinho.
Digo o mesmo do prato de arroz com lentilhas, kafta e salada. Nham!
Falafels crocantes, charutinhos de folha de uva e de repolho com tempero super caprichado....
Ah, e já falei que o lugar é lindo? Cadeiras elegantíssimas, do Studio Bola.
Projeto arquitetônico de Carol Kaphan Zullo e Omar Dalank. Piso de ladrilho hidráulico.
Luminárias-bola encomendadas a um serralheiro.
Cobrindo uma das paredes, painel bolado pela equipe de criação de estamparia da Ellus.
Bom gosto absoluto.
Manish: R. Horácio Lafer, 491, Itaim Bibi (São Paulo)
Tel.: (11) 4301- 5928
Tel.: (11) 4301- 5928
Atala, Acúrio, Bras, Adrià, Redzepi et. al no Mistura, em Lima: G9 assina manifesto
Eu e o chef Gastón Acúrio na cerimônia de premiação
dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo, Londres, este ano
dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo, Londres, este ano
Já há alguns anos o evento gastronômico Mistura em Lima, vem ganhando embalo e relevância no cenário global, em grande parte por causa do überchef Gastón Acúrio, verdadeira celebridade em seu país, com poder para mover mundos e fundos. O Mistura, nesta sua quarta edição, acontecerá de 9 a 18 de setembro - e meu feeling que me diz que este ano os peruanos vão estourar a boca do balão.
Acham que eu poderia deixar de ir?
Desta vez, dedicarão áreas do pavilhão para exposições de Pisco e doces tradicionais do Perú (tejas, guargueros, voladores, turrones, crema volteada, leche asada, arroz con leche, alfajores, suspiros a la limeña, sanguito e king kong), explicando como são feitos e contando sua história.
As frutas serão outro destaque: estarão expostas mais de 86 variedades da costa, montanhas e na selva do Peru, como graviola, cupuaçu, ameixa, maracujá, manga e outras que não sei traduzir, como inayugo, titomba, pitajaya e aguaje.
Padeiros virão de de Cusco, Arequipa, Ayacucho, Junín, Piura e Cajamarca para assar pães típicos.
Serão promovidos concursos para eleger os melhores pratos em inúmeras categorias: melhor ceviche sustentável (!), melhor ají de gallina, melhor anticucho, melhor salada de frutas, etc.
Quando me perguntam porque acho este evento especial, se há tantos parecidos no mundo, respondo com facilidade. De todos os fóruns gastronômicos este é o que mais abraça o povo. Vendem tíquetes, como fichinhas, para quem quiser experimentar as tantas comidas servidas, fazem shows musicais, expõem frutas, verduras, doces, pães. Envolvem toda a população em uma grande festa que deverá atrair, este ano, 300 mil pessoas.
Mas o filé mignon será o muito esperado encontro dos G9, os "presidentes" das maiores potências gastronômicas mundiais (grupinho nada fraco que inclui o francês Michel Bras, o dinamarquês René Redzepi do NOMA, Ferran Adrià e o nosso Alex Atala, além dos outros que aparecem acima). O único senão? Nessa ocasião, será na verdade um G8, já que Heston Blumenthal do Fat Duck (Inglaterra) pelo visto deu o cano...
Eles pretendem lançar um manifesto intitulado "A Declaração de Lima". E mesmo sem bola de cristal desconfio que o manifesto dirá que é preciso valorizar e preservar culturas gastronômicas diversas, inclusive as menos conhecidas, como as do Perú, e cuidar do meio-ambiente de onde tiramos os ingredientes com que cozinhamos. E que o primeiro passo para preservar a natureza é conhecer os ingredientes que ela produz.
Além dos G9 chefs famosos vindos de muitos países darão palestras - os mais importantes, para mim, são Albert Adrià (irmão do Ferran), Quique Dacosta e o americano Daniel Patterson. Ah, e temos uma outra chef representando o Brasil, além do Alex: a sábia Mara Salles, do Tordesilhas, que sabe tudo de cozinhas regionais.
Selecionei, da agenda do evento, os highlights (já que no site deles a pesquisa é bem confusa). Lá vai, a quem interessar possa:
SáBADO, 10 DE SETEMBRO
15:00 - 16:00
Salão Creatividad - Aula Magistral
Eneko Atxa, Restaurante Azurmendi - España
Eneko Atxa, Restaurante Azurmendi - España
16:00 - 16:45
Auditorio Tradiciones
Charla Tradiciones: "Perú: Sabiduría en fruta y sabor"
Andrés Aguirre - Juguero, La Gran Fruta
16:15 - 17:15
Salão Creatividad
Aula Magistral: "Nossa Mistura é a Farofa"
Mara Salles, Restaurante Tordesilhas - Brasil
18:45 - 19:45
Salão Creatividad
Aula Magistral
Gastón Acurio, Restaurante Astrid & Gastón - Perú
DOMINGO, 11 DE SETEMBRO
14:00 - 15:00
Salão Creatividad
Apresentação dos G9: "Declaración del Manifiesto G9"
15:00 - 16:00
Salão Creatividad
Aula Magistral:
Massimo Bottura, Restaurante Ostería Francescana, Italia
16:15 - 17:15
Salão Creatividad
Aula Magistral: "Quique Dacosta Restaurante: Sale el Sol"
Quique Dacosta, Restaurante Quique Dacosta - España
16:45 - 17:45
Salão Creatividad
Aula Magistral
Enrique Olvera, Restaurante Pujol - Mexico
17:30 - 18:30
Salão Creatividad
Aula Magistral: "La Cocina de Biko"
Mikel Alonso y Bruno Oteiza, Restaurante Biko - Mexico
18:45 - 19:45
Salão Creatividad
Aula Magistral: "La cocina como Lenguaje"
Ferrán Adriá, Restaurante El Bulli - España
SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO
14:00 - 14:45
Salón Creatividad
COLETIVA DE IMPRENSA
Reunión Chefs Latinoamericanos
15:00 - 16:00
Salão Creatividad
Aula Magistral: "El Bulli, Esencia de un servicio"
Luis García, Restaurante El Bulli, España
16:15 - 17:15
Salão Creatividad
Aula Magistral
Alex Atala, Restaurante D.O.M., Brasil
17:30 - 18:30
Salão Creatividad
Aula Magistral
René Redzepi, Restaurante Noma, Dinamarca
18:45 - 19:45
Salón Creatividad
Fórum de Discussão: "Herdeiros da Cozinha Peruana"
Ferrán Adriá, Gastón Acurio e 3 chefs da nova geração
TERÇA-FEIRA, 13 DE SETEMBRO
13:45 - 14:45
Salão Creatividad
Aula Magistral:
Enrique Olvera, Restaurante Pujol - Mexico
15:00 - 16:00
Salão Creatividad
Aula Magistral: "Orgánicos: La despensa del mundo"
Rafael Osterling, Restaurante Rafael - Perú
16:15 - 17:15
Salão Creatividad
Aula Magistral: "Búsqueda de Criterios Unificadores. El caso de Venezuela Gastronómica"
Sumito Estevez, Restaurante Mondeque - Venezuela
17:30 - 18:30
Salão Creatividad
Aula Magistral:: "Coastal Flavors"
Daniel Patterson, COI, San Francisco - USA
QUARTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO
17:30 - 18:30
Salão Creatividad
Aula Magistral:: "Tickets: Un Nuevo Conepto en el Mundo de las Tapas"
Albert Adriá, Restaurante Tickets/Coctelería 41°, España
QUINTA-FEIRA 15 DE SETEMBRO
15:15 - 16:15
Salão Creatividad
Aula Magistral: " Nuevos Horizontes: Carnes Peruanas en el Mundo del Sushi"
Mitsuharu Tsumura, Restaurante Maido - Perú
17:45 - 18:45
Salão Creatividad
Aula Magistral:
Pedro Miguel Schiaffino, Restaurante & Bar Malabar - Perú
SEXTA-FEIRA 16 DE SETEMBRO
16:15 - 17:15
Salão Creatividad
Aula Magistral: "Perú, País del Cacao"
Astrid Gutsche, Restaurante Astrid & Gaston - Perú
E mais sobre o Mistura:
Site oficial do Mistura
Mistura no jornal peruano La Republica (com vídeo)
Montreal no verão: vou mostrar algo para quebrar preconceitos
Ê que delícia que é estar de volta à cidade limpa, cuidada, civilizada e exuberante que é Montreal!
Cheguei ontem, dormi doze horas para me recuperar da viagem massacrante (voo lotado, econômica-lata-de-sardinha, etc) e agora estou de volta a meu "home office" com vista para o verde.
E só para ajudar a quebrar preconceitos, queria mostrar o vídeo a seguir, de uma galera surfando no rio São Lourenço (uau! um rio urbano que não fede nem mata!)...
E mais Montreal:
Neste link, todos os detalhes sobre o novo restaurante de Gordon Ramsay em Montreal (em inglês)
E aqui, link para os posts sobre Montreal no Boa Vida.
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