20.5.12

Anthony Bourdain em São Paulo: o porquê do meu sumiço



Anthony Bourdain na Vila Madalena, fazendo algo que
evidentemente detesta: assinando autógrafos

Mea culpa. Fiquei DEZ dias sem escrever aqui no Boa Vida, coisa que nunca fiz na vida, penso eu. Eu bem que queria, mas... passei as duas últimas semanas no olho de um inesperado furacão chamado "Anthony Bourdain em São Paulo".

Chamaram-me para coordenar as filmagens do episódio sobre São Paulo do novo programa dele, o The Layover. Eu, que nunca fiz tevê, não tinha a-me-nor-i-deia do quão grande era a encrenca. Essa gente doida que trabalha com ele acha normal trabalhar 13 horas por dia, ir comendo mordidas de coisas pelo caminho, sem horário de almoço, sem tempo pra nada.

Não quero que pareça um post-choramingo, mas o fato é que não me lembro quando foi que tive duas semanas tão enlouquecidas quanto essas últimas.

Só não conto aqui de todos os lugares onde levamos mr Bourdain porque... estou guardando para contar na Folha. Mas ilustro o post com algumas fotos de making of...

Agora, a vida continua: eis-me aqui no Rio e, como sempre, com MUITO a contar!

Feliz feliz de estar de volta a uma das cidades que mais amo no mundo.

Filmando no Minhocão


Na falta de um tripé, vai um tênis....

Na piscina do hotel Unique

Benny Novak e seu sócio Renato Ades, do Ici Bistrô, fumando um cigarrinho com sr Bourdain

Mariana Martins e Baixo Ribeiro, co-proprietários da galeria
Choque Cultural, dando entrevista para o programa




Vai gostar de Twitter assim lá longe! (O cara não larga do iPhone nem um minuto)


Alex Atala mostra uma típica feira paulistana a Anthony Bourdain

Na barraca de seu peixeiro favorito, Marcelo Nonaka
Bourdain na feira, de iPhone na mão: Twitterhólico!
Anthony Bourdain com Speto na Avenida Cruzeiro do Sul





Equipe improvisando, na falta de um trilho corrediço, em Guarulhos
Anthony Bourdain indo embora, depois de um intenso fim de semana em São Paulo

Edson Yamashita, ex-Shin Zushi, é a estrela no Aze Sushi

Edson Yamashita


Aos habitués do Boa Vida não preciso repetir, mas o fato é que sou louca por sushi a ponto de conseguir ir comer num japonês noite sim, noite não, feliz da vida.

Pois bem.

Há um japonês cult entre os entendidos e pseudos-entendidos que se chama Shin Zushi - muitos que me lêem sabem do que estou falando. Luz fria, serviço meia-bomba, tudo bem caro mas.... sushi de prima, admito. Peixe de prima, também. Em suma, um japonês muito sério. Outro dia almocei lá e juro que eu era a única pessoa ali que não tinha olhos puxados (sempre um bom sinal).

Mas a verdade não dita é que o grande trunfo do Shin era o Edson Yamashita, um rapaz ultra sabido, ultra confiante, ultra ambicioso e, ao contrário de tantos ali, simpático e extrovertido. Apesar da pouca idade, comandava o sushibar. Até o dia que ele resolveu ir embora.
Adendo: se hoje o Edson ainda estivesse no Shin Zushi ele já não seria mais o trunfo atrás do balcão de sushis. O time to Shin está fortíssimo: tem o mestre Keisuke Egashira, recém-chegado do Japão, e o também fera Ken Mizumoto.

Pois o Edson - ó, horror dos horrores! - para desespero dos que pensam que só existe sushi bom no circuitinho cult, foi parar no Itaim. Mais precisamente, na esquina onde ficava muito antigamente aquele japonês de playboy, o Sushi Company.

Pois há alguns meses o lugar chama-se Aze Sushi e tem decoração previsivelmente brega. Das tevês que passam shows musicais já falou-se muito pela blogosfera. Incomodam menos, na minha opinião, do que o esgoto logo a um metro da entrada, que emana odores absolutamente horripilantes.

Mas não quero assutá-los: eles têm um "tapa-esgoto" bem eficiente, e - o mais importante - Edson dá plantão atrás do balcão e não decepciona.



Ali come-se sushi de gente grande. Nada de maionese, hot roll disso ou daquilo. Do jeito que eu gosto.

Se os quentes são bons? Confesso que não sei: estava com desejo de peixe cru e comi cada bocado de niguiri e sashimi sofregamente, como se fora o último de todo o sempre.

Para minha surpresa, estranhei muito o toro naquela noite. Não tinha a textura familiar, era mais fibroso e peixoso do que eu esperava. E confesso que não me lembro da explicação do Edson. Diz ele que eu estava errada, era um super toro.

?

Adendo#2: estranhamente, dois chefs com quem falei há pouco tiveram a mesma má impressão do atum no dia em que comeram no Aze Sushi, esta semana (maio de 2012). Escorregão grave para um sushiman do nível do Edson. 

Buri do Aze Sushi


Em todo caso, o xaréu estava espetacular, assim como o buri, servido com flor de sal. Ótima garoupa também, já servida com uma pimentinha e pincelada de shoyu.

Carapau do Aze Sushi


Em suma: o Aze Sushi é cafona, mas não mais do que o Shin - e custa um pouquinho menos. E ter um lugar servindo sushi nesse nível no Itaim é, no mínimo, uma notícia feliz.





Aze Sushi
R. Dr. Renato Paes de Barros, 769, Itaim Bibi, 3168-3673.
(fecha domingo)
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