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Edson Yamashita |
Aos habitués do Boa Vida não preciso repetir, mas o fato é que sou louca por sushi a ponto de conseguir ir comer num japonês noite sim, noite não, feliz da vida.
Pois bem.
Há um japonês cult entre os entendidos e pseudos-entendidos que se chama Shin Zushi - muitos que me lêem sabem do que estou falando. Luz fria, serviço meia-bomba, tudo bem caro mas.... sushi de prima, admito. Peixe de prima, também. Em suma, um japonês muito sério. Outro dia almocei lá e juro que eu era a única pessoa ali que não tinha olhos puxados (sempre um bom sinal).
Mas a verdade não dita é que o grande trunfo do Shin era o Edson Yamashita, um rapaz ultra sabido, ultra confiante, ultra ambicioso e, ao contrário de tantos ali, simpático e extrovertido. Apesar da pouca idade, comandava o sushibar. Até o dia que ele resolveu ir embora.
Adendo: se hoje o Edson ainda estivesse no Shin Zushi ele já não seria mais o trunfo atrás do balcão de sushis. O time to Shin está fortíssimo: tem o mestre Keisuke Egashira, recém-chegado do Japão, e o também fera Ken Mizumoto.
Pois o Edson - ó, horror dos horrores! - para desespero dos que pensam que só existe sushi bom no circuitinho cult, foi parar no Itaim. Mais precisamente, na esquina onde ficava muito antigamente aquele japonês de playboy, o Sushi Company.
Pois há alguns meses o lugar chama-se Aze Sushi e tem decoração previsivelmente brega. Das tevês que passam shows musicais já falou-se muito pela blogosfera. Incomodam menos, na minha opinião, do que o esgoto logo a um metro da entrada, que emana odores absolutamente horripilantes.
Mas não quero assutá-los: eles têm um "tapa-esgoto" bem eficiente, e - o mais importante - Edson dá plantão atrás do balcão e não decepciona.
Ali come-se sushi de gente grande. Nada de maionese,
hot roll disso ou daquilo. Do jeito que eu gosto.
Se os quentes são bons? Confesso que não sei: estava com desejo de peixe cru e comi cada bocado de niguiri e sashimi sofregamente, como se fora o último de todo o sempre.
Para minha surpresa, estranhei muito o toro naquela noite. Não tinha a textura familiar, era mais fibroso e peixoso do que eu esperava. E confesso que não me lembro da explicação do Edson. Diz ele que eu estava errada, era um super toro.
?
Adendo#2: estranhamente, dois chefs com quem falei há pouco
tiveram a mesma má impressão do atum no dia em que comeram no Aze Sushi, esta semana (maio de 2012).
Escorregão grave para um sushiman do nível do Edson.
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Buri do Aze Sushi |
Em todo caso, o xaréu estava espetacular, assim como o buri, servido com flor de sal. Ótima garoupa também, já servida com uma pimentinha e pincelada de shoyu.
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Carapau do Aze Sushi |
Em suma: o Aze Sushi é cafona, mas não mais do que o Shin - e custa um pouquinho menos. E ter um lugar servindo sushi nesse nível no Itaim é, no mínimo, uma notícia feliz.
Aze Sushi
R. Dr. Renato Paes de Barros, 769, Itaim Bibi, 3168-3673.
(fecha domingo)