5.3.12

NOMA, o restaurante número 1 do mundo: fotos de um almoço



Já falei aqui milhões de vezes mas não canso de repetir: tenho a grande sorte de poder contar, publicamente e nos bastidores, com leitores incríveis, que às vezes viajam mais e sabem mais do que eu. Com eles, divido a paixão pela boa mesa.

Um desses leitores - e novo amigo, diga-se - é o Pedro-Otavio Mendes. Chique. Inteligente. Viajado. Engraçado. Em suma, um super cara.



Eis que o Pedro-Otavio me manda um email dizendo que tinha descolado reserva pra almoçar no NOMA dia 29. Ia sozinho. Sim, pegaria um voo de Londres, onde mora, só pra ir conhecer o tão falado restaurante número 1 do mundo.



Juro que QUASE me juntei a ele! Se não tivesse uma seção de revista pra fechar e uma filhota pra cuidar... teria saltado num voo pra Copenhague!

Fiquei aqui, trabalhando loucamente, mas, pelo menos, Pedro-Otavio mandou um relato in-crí-vel que serviu de consolo. Ele não fez como eu, não descreveu cada prato, patati, patatá. Apenas mandou Instagrams lindos, poéticos, que por si sós resumem o lugar, e um texto sucinto que diz tudo. Tinha que compartir com vocês.... Lá vai:

NOMA, por Pedro-Otavio Mendes

"O meu almoço estava marcado para a uma e cheguei pontualmente.

Fui sentado e veio o maître perguntar o clássico de restrições, explicar que só há o menu degustação de com 20 pratos e como eu estava de apetite. Ele também explicou que os primeiros 10 pratos são servidos bem rapidamente e devem ser comidos com a mão.

Nessa hora, ele mexe o vaso da mesa de lugar, e um dos pratos já estava lá misturado com as flores.




Bem, este foi o pedaço de que eu gostei menos. Achei que foi muito rápido mesmo. Como eu estava sozinho, veio prato atrás de prato e não dava tempo para processar ou quase se lembrar do que vc já havia comido. Devo supor que eles devam querer que vc se deixe levar pelos sabores. Depois quando o ritmo diminuiu, ficou num passo mais legal/normal.

Rolou uma certa cozinha experimental, com ingredientes feitos de maneira inusitada, e.g. o galho inicial que 'musgo', o mexilhão que tinha a concha de baixo comestível, cenoura desidratada, rabanetes com solo comestível de avelãs, ou o parfait de pinho da sobremesa (que era aerado e se desfaz na boca).

Agora, aqui a ênfase era mais no inusitado que no espetáculo ao se comparar com o Fat Duck por exemplo. Nada de fumaças, dissoluções de relógios, perfumes sendo jogados no ar… Foco na comida e nos ingredientes. Almocei faz 8 horas e ainda tenho um gosto de pinho ecoando pela boca.


O pato, era como se comesse chão de floresta, gosto de mato, lindo. De novo, sabores bem típicos e locais. Se fosse dar uma cor para a refeição, seria verde. Herbal, punchy, da floresta. Por cierto, también he hecho el pairing de zumos con la comida. Deliciosas combinações (6 ou 7) entre normalmente 2 ingredientes num mesmo suco (p.ex. pera com pinho, cenoura com óleo de juniper, pepino com gooseberry).

Depois do almoço, fui passear pelas várias cozinhas (inclusive a churrasqueira que fica ao ar livre) e vi o refeitório deles mesmos, uma sala de private dining, os escritórios. Tudo no mesmo local. Segundo o Sam (chefe daquele turno), eles tentam fazer algo novo com o espaço cada 3 meses.

Entendo como nem todos gostem, não é para qualquer um. Ingredientes não convencionais, overload de informação e necessidade de estar com a mente aberta para apreciar a interpretação/visão do chefe."
































O chef René Redzepi, MAD Foodcamp, o livro do NOMA, 50 Melhores Restaurantes do Mundo, etc: cliquem aqui para ler mais sobre o NOMA.

Restaurantes de Nova York: as melhores novidades


Meu amigo Arthur está indo para Nova York e pede dicas. Como ele vai lá mais frequentemente até do que eu, não posso mandar dicas de "velhos" favoritos, como o Minetta Tavern, por exemplo - ele já está careca de conhecer!

Para ele - e, de quebra, para quem mais se interessar por novidades novaiorquinas - passo a seguir a lista de lugares onde eu iria comer se estivesse de viagem marcada pra lá:

Torrisi 
Os chefs e amigos Rich Torrisi e Mario Carbone (que trabalharam no Del Posto e no Cafe Boulud) servem comida ítalo-americana super refinada em ambiente cool. Comida séria, lugar descolado. Não é exatamente novo, mas antes o esquema era mais mambembe. Depois que começaram a fazer muito sucesso com seus menus-degustação super baratos e deliciosos, os sócios deram uma profissionalizada na coisa.
Cliquem aqui para ver um relato prato-a-prato no blog Serious Eats, com fotos.

Kajitsu
Um japonês diferente de todos os outros, faladíssimo nas rodas de entendidos. Tem uma pegada vegetariana.
414 East 9th Street, tel. (212) 228-4873

Saxon and Parole
Na sempre fervida Bowery, corredor gastronômico de Manhattan. Dica da minha amiga Karin.
316 Bowery, corner of Bleecker St., tel. (212) 254-0350

Lelabar
Um super wine bar perfeito para ir comer sozinho, acaba de ser eleito um dos top wine bars dos Estados Unidos na Travel + Leisure deste mês.
422 Hudston St., tel. (212) 206-0594


Hotel Americano
Eu iria também dar uma conferida no bar do novo e ultracool Hotel Americano, dos meus hoteleiros favoritos (o grupo Habita, do México).
518 West 27th St., tel. (212) 525-0000

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