Tem gente cujo bom gosto é tão óbvio que eu nem titubeio ao receber alguma dica: confio cegamente. É o caso da linda jornalista Kim McLoughlin, super entendida de gastronomia, que conheci na Finlândia no ano passado. Ela tem um portal chamado Red Visitor repleto de dicas de viagem (em inglês) que eu vivo consultado para saber as últimas.
Ontem, li ali sobre um novo restaurante em Nova York que anda super badalado, chamado The Lion. Pela descrição, me pareceu ser a versão 2011 do The Waverly Inn, que foi a coqueluche de 2008. Na época, descrevi o Waverly assim:
Se na sua próxima ida a Nova York você conseguir uma mesa no pequenino restaurante The Waverly Inn, considere-se importante. Desde os anos 70, quando todo o who’s who jantava no lendário Elaine’s, não se via um lugar tão exclusivo. Sequer número de telefone tem, para afastar os zé-ninguéns. O fenômeno é tal que mereceu matéria no The New York Times: “Em qualquer noite o restaurante recebe uma combinação de bilionários, estrelas de cinema, intelectuais e estilistas, e quiçá um astro de rock ou lenda do esporte.” Por trás do restaurante está o jornalista Graydon Carter, diretor de redação da Vanity Fair.Não sei se o The Lion vai chegar a tanto, mas os elementos em comum são muitos. Ambos ficam no Village. Ambos homenageiam clássicos americanos no menu (hambúrguer, cheesecake, etc) e também no décor. Ambos têm arte muito boa nas paredes (no caso do The Lion, quadros de Basquiat e fotos de David La Chapelle). Ambos privilegiam a clientela famosa e vip sem pedir desculpas – no caso do The Lion, os reles mortais comem no porão, enquanto a sala de jantar mais bonita fica reservada só para aqueles-que-não-querem-ser-vistos.
The Lion – No.62. West 9th Street, West Village, tel. 1 (212) 353 8400