22.1.12

Farra no Engenho Mocotó: Rodrigo, Jefferson e Alberto Landgraf cozinham em encontro anual da Legião Boa Vida


Sou garota de grande sorte: mais uma vez, foi uma delícia o rega-bofe que armei para reunir alguns dos leitores deste Boa Vida.

Só faltou a Luiza, que tava no Canadá...


E faltaram também alguns queridos membros da Legião Boa Vida que estavam, como tendem a estar, viajando.... Um em Paris, outro em Nova York, uma trabalhando em Santa Catarina, dois na praia com a filharada, etc.


Mas nem isso estragou a farra. Comilança e bebelança profissional, que deixou até o mais guloso dos cozinheiros pasmo. O porquê do encontro? A vontade de alguns de finalmente irem ao Mocotó. A gula. O espírito de comunhão. Este blog Boa Vida.

Ou, simplificando, acho que nos reunimos na Vila Medeiros para celebrar a vida.

E como celebramos!

Partimos em nosso "transporte coletílico" do Jardim Europa, devidamente fornido de boa cachacinha e cerveja gelada. No som, Luiz Gonzaga, claro.









Gui, em sua primeira participação no encontro da LBV...

Seguimos para a Vila Medeiros, onde já nos esperavam, na gostosa cozinha experimental do Mocotó (chamada Engenho Mocotó) um timaço.... Rodrigo Oliveira era o anfitrião, e Alberto Landgraf e Jefferson Rueda, os chefs convidados. Alex Atala mandou a sobremesa. E outros ajudaram no esforço coletivo: Julien Mercier, Alex Gomes....

O Engenho Mocotó: segredo bem guardado do Rodrigo Oliveira


Comemos e bebemos como reis - mas não acho que vem ao caso a descrição minuciosa de cada prato. Basta dizer que tivemos a grande sorte de ver "os meninos" na mais amistosa e descontraída sessão-cozinha que se pode imaginar. 

Abrimos os trabalhos com as deliciosas orelhinhas de porco crocantes do Alberto Landgraf (Epice).


Alberto também serviu uma pecaminosa terrine de joelho de porco com ameixa, que comemos com uns biscoitos de polvinho salpicados com pimenta de Espelette (idéia do Julien).

O Alberto, além de fazer os aperitivos, serviu um polvo como só poucos no Brasil conseguem preparar, no ponto ideal, com cilindros de pupunha, folhas novinhas de azedinha e temperado com mel e limão.






Provamos em primeira mão algumas coisas que o ótimo Jefferson Rueda servirá em seu restaurante Attimo, que abrirá em breve em sociedade com o restaurateur Marcelo Fernandes.


Exemplo? Sopressata, favo de mel, pão com tomate.

E não é que dá certo esse samba?!


O que veio a seguir deixou a gente de queixo caído: papada de porco com purê de aipim e ovas de arenque. Chose de lóc! Textura inexplicavelmente parecida com a de um peixe gordo (Chilean sea bass, mais especificamente). Como pode um papo de porco lembrar um peixe?! Acreditem se quiser....



Alguns de nós preferimos acompanhar esse prato com uma cachacinha ao invés do vinho. Tínhamos uma senhora cachaça à mão: a Enluarada do mr. G. Mas quando acabou, partimos para uma outra, bem boa, levada pelo Jefferson, e que ele explica melhor no vídeo a seguir:





Não é ótimo o sotaque dele?

Esse post deveria ter som, só para vocês poderem ouvir o nome do prato mais inesperado da tarde saído da boca do próprio Jefferson.

Galinha ao molho parrrrrrrrrrrrrrdo, com o erre bem caipira!

Sabem há quantos anos eu não comia este meu favorito da infância passada na fazenda? Melhor não dizer...


Em casa, o sangue vinha da galinha cujo pescoço a cozinheira torcia naquela mesma manhã. No Engenho, a coisa foi bem menos traumatizante:

Vai mais sangue aí?














O chef Alex Gomes dá uma força e serve a polenta branca com queijo meia-cura


Antônio - que trouxe a sobremesa - e Andrea: Alex Atala muitíssimo bem representado!

A sobremesa foi outro "petáculo": doce de abóbora chamuscado, de crosta deliciosamente durinha e miolo mole como purê. Servido com sorvete de tapioca e um pó de ervas carbonizadas. E uma tal "rocha de açúcar" e um nadinha de espuma de côco tinta com o mesmo pó de carvão.





Os cozinheiros em momento relax, e, à mesa, Edgard e Dudu



Paxonei: camiseta do Jefferson, presente do estilista Walério Araújo


A horas tantas, alguém deu brilhante ideia: descer ao Mocotó e tomar uma saideira! E não é que assim que fizemos isso demos de cara com o Antônio e a Andrea?! Danados! Os dois tinham saído de fininho para comerem uma mocofavazinha básica lá embaixo....




Ah, se eles soubessem com quem estavam lidando... :)
Adivinhem o que fizemos? Pedimos não só umas mocofavas como também torresminho, dados de tapioca, carne de sol com pimenta biquinho, caiporas de jabuticaba e siriguela..... 

ROUND 2!!


O melhor torresmo da cidade, e os famosos e copiadíssimos dadinhos de tapioca

Mocofava





Pastel de carne seca, que ninguém é de ferro!

Caipora de jabuticaba....
 Aí finalmente apareceu o lendário seu Zé Almeida, pai do Rodrigo e fundador do Mocotó:

Seu Zé Almeida com o amigo Maurício....

O almocinho foi até 9 da noite, quando Jefferson deu outra ideia: saideira no Dona Onça, o bar da Janaína, mulher dele - a dona Onça em pessoa!



E toca a reunir a galera pra zarpar na lotação que nos esperava....


 

Jefferson foi comandando a trupe e contando causos....



Chegamos semi-vivos ao Dona Onça. Para logo sermos reavivados por uma linguicinha com ervilhas de Puy e uma cervejota gelada....


Dona Onça tinha saído mas o sócio dela Júlio César de Toledo Piza, grande boêmio, nos recebeu de uiscão em mãos...

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas queríamos achar a Dona Onça!

Jefferson, desconfiado, então disse:

Tô indo encontrar ela no nosso bar favorito, mas só levo vocês se não falarem pra ninguém desse lugar, é o nosso refúgio e queremos que continue sendo.

Que dúvida? Pegamos uns táxis e tocamos pra lá!







Promessa cumprida, Jeffinho.... Essa, só quem viveu viu que não foi em vão.



A todos os que fizeram parte dessa epopéia, o meu mais sentido e sincero obrigada.


4 comments:

  1. Ai Ale, to quase chorando com esse post!

    E eu enfurnado no Lounge da BA em Londres... voltando para o Brasil.

    Ano q vem eu vou organziar minha agenda ao redor dessa data!

    Bjs

    ReplyDelete
  2. Oi Ale,esses encontros memoraveis e maravilhosos que voce organiza nos faz querer saber muito mais do que as informações que voce publica no Blog.Ou voce escreve um livro de memorias ou entao;para alegria dos leitores que te seguem avidos por suas palavras, faça como nas novelas e divida em capitulos,pois acredito que nao somente eu,mas outros leitores estamos com gostinho de quero mais,uma vez que nos mortais nao participamos destes encontros dos Deuses!

    Continue sempre assim....
    Mauro Pitaguary

    ReplyDelete
  3. Nossa.. Taí um programa que me deu inveja... E de van ainda, para beber sem culpa? Vixe...

    ReplyDelete
  4. Oi Mauro e obrigada pelas gentis palavras. Livro de memorias... quem sabe? Muita gente ja me disse o mesmo. E Ana, a ideia era essa mesmo, comermos e bebermos sem medo de sermos felizes! Tuca: voce fez muita falta!

    ReplyDelete

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...