Steak tartare do Ici Bistrô: dos melhores pratos da temporada |
São Paulo. Vim para passar 40 dias, fiquei praticamente dois meses. Meses de intensa comilança e bebelança, a ponto de sentir o corpo protestar. A essa altura eu sonho com dias de arroz, feijão, bife e saladinha. Quero distância de menus-degustação!
Meu medo, ao dizer isso, é que soe como coisa de menina mimada, mal-acostumada.
E já vou me explicando, antes mesmo que venham as críticas: tudo, até mesmo o melhor, cansa quando em doses exageradas.
E que exagero foi esse? Bom..... a lista de restaurantes visitados é looooonga: Epice, Fasano, D.O.M., Clos de Tapas, Rubaiyat, Venga!, Astor, Pirajá, Tre Bichieri, Dalva e Dito, Ici Bistrô, Primo Basilico, Maremonti, Emiliano, Shin Zushi, Kosushi, Botagallo, Aze Sushi, Nagayama, Izakaya Issa, Casa da Li, Lá da Venda, Lana, Mocotó, Momentto e mais uns tantos que já esqueci.
Arroz negro tostado com legumes e leite de castanha do Pará, do D.O.M. |
O que ficou na memória? Primeiro, o almoço de cinco horas no D.O.M.: comida perfeita, vinhos perfeitos, companhia perfeita. Sei que tem gente que vai lá depois diz que não comeu muito bem, leitores e amigos me contam. Mas eu tenho sorte: só me dei bem a cada vez que voltei ao D.O.M. e, desta vez, vi um restaurante que está nitidamente vivendo seu melhor momento. Absolutamente impecável de cabo a rabo, sendo que o serviço merece aplausos especiais, fiquei boba com a performance da sommelière Gabriela Monteleone, para mim a melhor da cidade, hoje.
Dona Margarida Haraguchi, do Izakaya Issa |
Além daquela tarde, marcaram-me os dois jantares no Izakaya Issa, lugarzinho tão especial que dá dó de recomendá-lo a muita gente. Medo de estragar aquele clima "lá em casa" que fisga os habitués. Dona Margarida, a carismática dona do Issa, é anfitriã de primeiríssima e faz o que muitos restaurateurs têm preguiça de fazer: trabalha muito e sempre. É o que faz a diferença.... Em uma das noites, fui lá com a equipe de filmagem do Anthony Bourdain. Detalhes neste link.
niguiri de atum do Shin Zushi |
Teve também uma noite de sushis inesquecíveis no Shin Zushi. Comi o melhor atum dos últimos anos (um bachi dos mais gordos) e saí tão feliz que voltei dez dias mais tarde, com outra turma - apesar de ainda achar os preços ali demasiadamente ardidos. (Recomendam que leiam meu post completo, neste link).
Sashimi de atum bluefin ridiculamente caro, do Nagayama da rua Consolação |
No Nagayama só fui por hábito e preguiça. E porque queria provar, de curiosidade, o tal atum bluefin gigantesco de que tanto falou-se na imprensa: grande bobagem, dinheiro jogado fora! Saí me sentindo assaltada, como sempre.
Raviolini com recheio de ovo de codorna de gema mole e ricota de búfala do Tre Bicchieri: menos molho iria bem... |
No Tre Bicchieri eu almocei duas vezes, pensando com os meus botões que aquela comida - gostosinha, não nego - jamais pareceria italiana para um italiano. Molhos demais, precisão de menos. Quem a descreve bem é o mr. G: "italianada", não italiana. Como nossos sushis, nossos risotos e pastas já falam português há muito tempo, carregam pouco do DNA original. Seria tão bom que alguém fizesse la vera cucina italiana em São Paulo, não? Mas duvido que seja possível.
As comidinhas que deixarão saudades:
O "brasileirinho" do Bar do Luiz Fernandes: recheio de couve, linguiça e feijão preto |
- O bife de tira do Rubaiyat da Faria Lima. Bom demais!
- O arroz com garoupa do D.O.M., em que o colágeno do peixe envolvia toda a boca
- A mocofava do Mocotó, já famosa e déja vu mas ainda das melhores coisas que se pode comer em São Paulo (aqui, meu post sentimental que explica porque adoro aquele lugar)
- A coxinha do bar Veloso - minhanossasenhora! (aliás, tudo o que comi lá estava espetacular)
- O bolinho com recheio de feijão e couve do Bar do Luiz Fernandes em Santana, dica do chef Rodrigo Oliveira (barzinho delicioso, por sinal)
- O sanduíche de filé com queijo Palmira no pão francês do Astor (o steak tartare também estava pra lá de bom)
- A feijuca do Pirajá
- O bolo de chocolate em forma de besouro do Lá da Venda, melhor doce da temporada
- O camarão com chuchu lá de casa. ;)
- O arroz bomba com verduras à espanhola do A Peixaria, novo e simplezinho restaurante (leiam mais sobre essa ótima novidade neste post)
Como podem ver, não citei muitos pratos que provei em lugares chiques/caros. Tantos deles gostosos, mas poucos realmente extraordinários, como diria o saudoso Saul Galvão. Desta vez, a gloriosa "baixa gastronomia" levou.
Arroz de garoupa do D.O.M.: sem firulas nem espumas, e delicioso |
omo se faz para comer o camarão com chuchú? Risos.
ReplyDeleteRealmente, só restaurante bom nessa lista. Parabéns. Já fui em alguns e adoro a comida deles, sempre volto. Recentemente fui em um super recomendado pelos meus amigos e amei. A Figueira Rubaiyat (http://www.locamob.com.br/a-figueira-rubaiyat/details) tem um ambiente incrível, pois há uma enorme figueira que corta o restaurante. O cardápio é váriado, mantendo a qualidade tanto nos peixes quanto nas carnes e as sobremesas são espetaculares.
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