Fui à Finlândia só mesmo por causa do Cook it Raw - até fica meio feio confessar. Praticamente não vi Helsinki além de flashes avistados da janela do táxi, e uma curta caminhada na manhã seguinte à chegada, para ver o mercado.
Não vi. Mas comi, claro.
Na primeira noite, jantei no Chez Dominique, que apesar do nome é um restaurante ultramoderno tocado por um chef que de francês não tem nada: Hans Välimäki.
Os pratos de meu menu degustação, de uma forma geral, eram mais bonitos do que gostosos, para minha surpresa. Dos vários amuse bouches, o mais bobinho era o fish and chips: um bolinho de bacalhau com um mísero palitinho de batata frita. Um amuse bem-resolvido era este abaixo: uma torradinha ondulosa com pó de vinagre.
O problema, acho, é quando se servem coisinhas minúsculas que sequer enchem a boca, e que por isso passam desapercebidas. Much ado about nothing, sabem? Este aqui abaixo era do tamanho de uma uva e no entanto continha inúmeros elementos. Cansativo....
O serviço era cheio de mesuras, irritante, até. As apresentações dos pratos, belíssimas - muitas vezes, servia-se a comida sobre pedras ao invés de porcelana. Pena que o sabor não correspondesse a tanto esforço.
O Chez Dominique ocupa a 23a posição no ranking World's 50 Best Restaurants (hãn?!) Aposto que vai descer alguns pontos no ano que vem...
Dos highlights, o que mais me marcou foi a sobremesa belíssima que misturava elementos amarelos (feitos com um berry local da mesma cor) e negros (em forma de uma pincelada e mini suspirozinhos de licorice).
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No dia seguinte, almocei no Savoy, um lugar muito chique e tradicional na cobertura de um prédio.
Este, sim, me pareceu excelente, embora alguns pratos – como a beterraba com queijo de cabra e mel produzido ali mesmo – fossem totalmente déja vus.
Melhor era o arenque da Noruega com cubinhos de batata frita e de crouton de pão preto.
Perfeitamente casado com uma cerveja da casa, orgânica, servida em lindo copo de design finlandês:
O ponto alto do almoço de cinco serviços foi o peixe (perch) servido com alho-poró, floretes de brócolis e couve-flor, uma brunoise microscópica de cenoura e um molho espumoso que lembrava uma beurre blanc, porém mais adocicado. Quase doce demais, aliás.
Além da ótima comida, outro ponto a favor do classudo Savoy é seu terraço coberto (verrière) cujas mesas, todas, têm belíssima vista para uma bela praça, torres e, mais ao fundo, uma nesga de mar.
Chez Dominique: Rikhardinkatu 4, tel. +358 (0) 9 612-7393, www.chezdominique.fi/home_cd2
Savoy: Etelaesplanadi 14, tel. +358 (0) 9 684-4020, www.royalravintolat.com
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