8.9.10

Chef Albert Adrià no evento Cook it Raw: o privilégio de ver um gênio em ação


O bom deste blog é que não preciso explicar muita coisa: vocês já sabem que eu passei esta última semana na Finlândia, e também sabem o porquê, certo? (Quem pegou o bonde andando pode ler este último post para entender melhor....)

Pois acabei de chegar em casa (Lapônia-Helsinki-Frankfurt-Montreal-UFA!) e ainda me sinto vendo estrelas - com o perdão do trocadilho. Exausta, sem dormir direito há dias, mas... feliz. Aos poucos, vou contando o que eu vi lá no Cook it Raw, o happening que me fez viajar até a Lapônia (!). Mas por enquanto, vou mostrar só um pouquinho do que fez esses dias serem tão mágicos.

O Cook it Raw é uma espécie de acampamento de luxo em que chefs ultrafamosos vão ao mato colher coisas, caçar e pescar, e falar de comida. Tem como ápice o último jantar, em que eles mostram, através dos pratos criados, o que puderam tirar não só do terroir como da convivência intensa com os outros chefs.

Nessas, tive o privilégio de acompanhar passo-a-passo a criação da sobremesa que o grande Albert Adrià serviu no banquete de encerramento do Cook it Raw e só posso dizer o seguinte: minhanossasenhora!

Concluí que ele, simpatissíssimo, sorridente e modesto, esconde, por trás do jeito de menino de férias, um talento assustador que o eleva, simplesmente, a um patamar vários níveis acima de qualquer outro chef que lá estava.

Ele batia papo, jogava bola (e bem!) e participava de tudo, mas a verdade é que ele não se permitiu perder o foco.

Por mais rústico e primal que fossem o banquete e o entorno, Adrià serviu-nos uma obra-prima. A única obra-prima da noite, atrevo-me a dizer.

Por baixo de uma "neve" quase etérea achávamos -, assim como um camponês o faria em uma caminhada no bosque invernal se cavasse com as mãos alguns centímetros -  elementos do chão da floresta. Um berry típico (lingonberry, bolotinha vermelho-brilhante). Terra molhada e esponjosa. Folhinhas. Pedriscos arenosos, em forma de gergelim ligeiramente cristalizado.

Branco e rubi.

Neve e sangue.

Virgindade e brutalidade.

Vida e morte.

Albert disse-me várias vezes fazer coisas simples, ao ponto de eu achar ser a "sencillez" seu lema pessoal. Mas na verdade, a simplicidade está na cabeça dele. A mensagem dele era simples, sim. A limpeza dos sabores era simples. Mas o conjunto da obra não poderia ser mais complexo.

Bom, chega de falar - eu quero é MOS-TRAR! Presentinho que fiz pra vocês no voo de volta: um filme que mostra tudo o que eu pude captar do passo-a-passo.







E pra encerrar, umas fotinhos péssimas da baladinha pós-jantar: rolou até embaixada do senhor Albert em pleno salão.... :)


E aqui, link para meu álbum de fotos do Cook it Raw!

5 comments:

  1. Amiga: OBRIGADA - PARABÉNS...and no words... to muito emocionada...:S

    ReplyDelete
  2. Ma, imagine eu entao... Precisava me beliscar pra ter certeza do que estava vendo.

    ReplyDelete
  3. Incríve! Que privilégio estar lá!

    Croca.

    ReplyDelete
  4. Que experiência, Alexandra! Guarda contigo pra vida toda que essa é pra poucos...

    ReplyDelete
  5. Nossa, Alex etou tentando imaginar o gosto, sabor, textura de esta VIAJEM do Albertito que maravilha devia ser...

    ReplyDelete

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...