12.2.12

Restaurante Girarrosto do chef Paulo de Barros, onde era o Pandoro: vídeo

O chef Paulo de Barros apresenta o padeiro-napolitano-que-não-gosta-de-ser-chamado-de-padeiro

Um bar nunca é apenas a soma das partes, balcão, chopeira, estantes cheias de garrafas, mesas e cadeiras.

Bar tem alma.

Eu hoje mal tenho tempo para perder-me nos bons bares de São Paulo - mas nem sempre foi assim.

Sinto saudades, por exemplo, de quando eu podia perder tardes no Pandoro, naquele terração envidraçado da entrada, o salão quase sempre semi-abandonado, um quê de São Paulo antigo.

Sempre que me hospedava na casa do meu pai, que mora pertinho, eu passava lá a pé. Lembro com nostalgia dos tempos em que meu irmão me ligava de lá, já no quinto cajú amigo, e me chamava pra ir encontrar ele e os amigos dele. E assim passávamos a tarde do sábado rindo e contando casos e… bebendo, claro. Pra quem não sabe, o cajú amigo é uma mistura de vódca, açúcar, caju em calda e gelo, embora a versão original fosse feita com gim. Um perigo: tem gosto de suquinho de criança e desce fácil, fácil.

Era uma farra. Uma delícia de bar à moda antiga. Até que fechou e foi comprado por um Edgard Sahyoun (jovenzinho), em sociedade com investidores portugueses e o decorador João Armentano. Desastre completo. Mataram a alma do bar.

Eis que esta semana ele ressurge das cinzas, de novo – desta vez, transformado em mega restaurantão italiano, em mãos bem mais capazes.

Não vou entrar em muitos detalhes sobre o Girarrosto, que abre nesta terça-feira: o que tinha que ser dito saiu hoje mesmo na Vejinha, em matéria do Arnaldo Lorençato, e também neste post aqui. E o resto o próprio Paulo de Barros conta - e mostra! - nesse vídeo abaixo, que fiz lá uns dias atrás, quando ele me deu um tour.

Eu estava concentrada no tour, ia carregando o iPad de qualquer jeito. Resultado: o vídeo saiu péssimo – desculpem! – mas pelo menos dá boa ideia da magnitude da “brincadeira”.

Paulo de Barros (por acaso, meu amigo de infância) é um cara confiante e seguro. E tem porque ser, mesmo – é dos maiores cases de sucesso que esta cidade já viu. Resta ver se a força do nome do chef e o trabalho de um batalhão de gente que inclui os muito capazes chefs Massimo Barletti e Ivo Lopes, darão conta de preencher os 300 lugares e mandar todos para casa felizes. Missão um tanto ambiciosa, mas que do modo como vai a cena gastronômica paulistana, tem boas chances de vingar!

Av. Cidade Jardim, 60 Jardim Europa. Tel. (11) 3062-6000







Para quem recebe boletins deste blog via email e, portanto, não consegue ver o vídeo, clique aqui para vê-lo no YouTube.


E mais Paulo de Barros no Boa Vida:
Inaugurações de restaurantes em São Paulo a mil: coluna no caderno COMIDA da FOLHA
Italy, o restaurante de massas e antipasti de Paulo de Barros na Rua Oscar Freire

5 comments:

  1. Nossa, posso parecer crítico, mas achei muito amadora a forma como o chef apresentou seu restaurante. Está prestes a abrir um restaurante para 250 comensais e não sabe nem para que servem as mesas da entrada? "Alguma coisa que a arquiteta bolou e eu não entendi muito bem"? Trazer assunto à mesa? Que prepotencia é essa? Com que tipo de gente estamos falando? E a entrega do melhor produto? Vamos falar disso? SP é assim...os grandes chefs aqui não são Ramsay, Robuchon, Boulud....são Paulo Barros e por aí vai.

    GabrielGD - ggd3n@hotmail.com

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    1. Prezado Gabriel,
      Hoje em dia com a internet podemos nos expressar e emitir nossa opiniao, ate mesmo fazer julgamento de pessoas sem conhece-las.

      Disse no video que a arquiteta bolou um detalhe nas toalhas para as mesas que se remete ao pandoro, e nao para que serve a mesa.

      Com relaçao a gazeta pandoro foi contratado um jornalista para elaborar o jornal, se parece prepotencia esse nao e o intuito, tudo dentro de um grande profissionalismo, ja que nao e um cozinheiro como eu que teria capacidade de elaboratr tal coisa.

      " com que tipo de gente estamos falando" O sr esta falando com um cara que a 20 anos se dedica a essa profisao , o sr esta falando com um cara simples que jamais sera um Gordon Ramsay, um Robuchon, um Boulud ou um Alex Atala , sera simplesmente Paulo Barros.

      cordial saudaçoes.

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  2. Por "tipo de gente" não me referia a você chef, mas aos clientes, que mais me parece dar de comer a uma elite que mal sabe ou se importa com o que come, e mais quer ver e ser vista, pagar altas contas e deixar luxuosos carros na mão do manobrista. Acho que deve haver lugar para todos, caso contrário não seríamos tão plurais gastronomicamente, e nem de longe critico sua competência, mais do que evidente no sucesso do Due Cuocchi, apenas penso que ser simples não deve ser sinônimo de simplório, conformista.

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  3. Caro Gabriel, confesso que também não entendi porque você desgostou tanto do vídeo, se, sendo o chef Paulo de Barros um amigo de infância meu e aquilo, um tour informal, naturalmente ele não está falando como falaria a alguém, sei lá, da CNN. Era um mero passeio por uma obra incompleta, bem casual, por isso o chef fala, ele também, em tom casual. E não vejo porque ele deveria saber todos os detalhes da decoração bolada pela arquiteta. Desde que ele esteja a par de tudo o que passa pela cozinha e pelos menus, por mim, tá tudo certo!

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  4. Não vejo a hora de conhecer! parabéns chef Paulo de Barros pela competência que realiza seu trabalho! Não faço parte da elite, nem deixo carros importados com os manobristas de seu restaurante, mas sou cliente fiel, apaixonada pela gastronomia italiana e pela perfeição com que prepara seus pratos! Parabéns também pelo delicioso blog, Alexandra!!! Sou sua leitora fiel!

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