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8.8.12

Atala, Rizzo, Suadeau e Landgraf lançam associação de chefs APC


Chefs Helena Rizzo e Alex Atala, que cozinham juntos hoje no Manioca


Bacana a iniciativa, e por isso não queria deixar de dividir a notícia com vocês. Os chefs Alex Atala, Helena Rizzo, Laurent Suaudeau e Alberto Landgraf se juntaram para organizar um jantar beneficiente, de lançamento da Associação dos Profissionais de Cozinha (APC), que aconteceu anteontem à noite no Manioca, o espaço de eventos do Maní.

Chefs Laurent Suadeau, Helena Rizzo, Alex Atala e Alberto Landgraf,
no jantar que serviram juntos no Manioca


"E daí?!", vocês podem perguntar.

E daí que eu gosto de ver quando três gerações de cozinheiros (Laurent é o padrinho da turma, Landgraf, o caçula) unem-se por um objetivo comum, e nobre: botar para andar uma associação de profissionais como eles, que sirva para promover discussões sobre os rumos da gastronomia brasileira, e para melhorar a formação dos jovens que queiram entrar nesse mercado.

O jantar levantou fundos para as três equipes que representarão o Brasil na competição gastronômica Bocuse d'Or, em Lyon, janeiro que vem.

Só de curiosidade, o menu que foi servido:


Picles de cenoura, tucupi, praliné de avelã, tomilho limão, Chef Alberto Landgraf
Champagne Ruinart Blanc de Blancs
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Mini Arroz Meloso com Lagostim, Chef Alex Atala
Le Vignes de Pilate VdP Viognier 2009 M. Chapoutier, Rhône

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Paleta de cordeiro recheada e laqueada “Ras El Hanout”, Chef Laurent Suaudeau
Le Monache, Monferrato Rosso DOC 2008
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Pudim de Queijo da Serra da Canastra com Doce de Leite, Sequilho de Araruta e Sorbet de Goiaba, Chef Helena Rizzo
Dorato Passito Garofoli

chef Paulo Yoller



Outro evento acontecendo também esta semana me chamou a aternção, até pelo divertido nome: 
Dead Cow. Segundo o press release, "vai unir arte, música e Burgers no dia 11 de agosto, a partir das 17h, no Espaço 66 - um ambiente de gastronomia, arte e design assinado por Vértices Casa e Trupe Gastronômica. Entre as obras de arte da Vértices, estarão os burguers não menos renomados do chef Paulo Yoller, que ganhou o prêmio de melhor hambúrguer em 2011 pela VEJA. Além disso, haverá uma sessão de live painting e da banda instrumental com pegada retrô Os Lontras, formada por integrantes do Mombojó."

Mais informações no Facebook: https://www.facebook.com/events/404518666272383/.

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9.4.12

Pela gastronomia brasileira: um desabafo

Logo e slogan de movimento encabeçado pela chef Mônica Rangel


Os números que medem a audiência deste blog não mentem: falar do chef Paulo de Barros e seus restaurantes dá muito ibope. Medir um restaurante de São Paulo contra outro, mais ainda.

Já discutir os rumos da gastronomia brasileira................. quase nada.

Mas, desculpem, mesmo sabendo que poucos estão interessados, insisto porque o tema é importante.

Vou resumir, não quero entediar aqueles que vêm ao Boa Vida em busca de dicas de restaurantes de NY ou São Paulo.

Mas o fato é que chegou a hora de abrirmos os olhos e prestarmos atenção no que se passa ao redor: nossa gastronomia está mostrando a cara! Finalmente, exibimos em eventos,  aos estrangeiros, pratos nada estereotipados, e falamos de nossos produtos.

Um dia é a Roberta Sudbrack na França, no outro, o Rodrigo Oliveira do Mocotó, na Itália, depois, Rafa Costa e Silva, ex-braço direito do Andoni lá do Mugaritz, no país basco, que recentemente deu show em Mendoza (na Argentina). Sem falar em Felipe Bronze, que  arrasou em Paris, no Omnivore. E tantos outros... finalmente!

Quem não presta atenção nessas coisas... tem que prestar, por pouco que seja, sorry... dever de cidadão.

Somos grandes, como país, mas pequenos, ainda, como potência gastronômica internacional - Peru e México nos deixam a comer poeira! (Hãn? Não souberam que Ferran e Albert Adrià estão levando a cozinha mexicana a Barcelona?! Pois leiam mais neste link).

Naqueles países, bem menos blasés, o povo apoia, o governo investe grana, o pessoal presta atenção.... enquanto daqui... pouco conhecem além de bundas, carnaval, feijoada e caipirinha.

Quando vamos acordar?

Quando vamos desencanar de comer tanto salmão chileno e cordeiro neo-zelandês, para começarmos a olhar o que temos ao redor?

Quando vamos perceber que milhões de pobres sem emprego se beneficiariam de programas que dessem valor a ingredientes criados em suas respectivas regiões?

O Alex Atala uma vez me disse, e eu nunca me esqueci: a preservação do meio-ambiente começa pelo homem, pela gente que está lá no mato sem ter do que viver. Não são só os bichos que correm perigo, mas também a gente que está lá, sem ter do que viver.... Quem já viu aqueles índios miseráveis sabe do que ele fala...

Verdade, e, quiçá, se cada leitor deste blog e das revistas de gastronomia fizerem sua parte, sem demagogismo, poderíamos avançar.

É o que espero, e me coloco a disposição da causa, com todo o meu fervor patriótico.

Até aqui, ganhamos grandes defensores, além do próprio  Alex Atala.

Uma das maiores é Mônica Rangel, do restaurante Gosto com Gosto de Visconde de Mauá, que vem batalhando duramente pela promoção da causa. Em maio receberá, lá naquele lindo pedacinho de mundo que é Mauá, um representante do ministério do turismo para discutir os rumos da gastronomia brasileira, com a presença de vários outros chefs. Bravíssima!

Sua última briga? Derrubar um tolo anexo a portaria do Ministério do Turismo que diz que

em "Hotéis de 4 e 5 estrelas, as etrelas são para restaurante de cozinha internacional. Diz Rangel: "Na minha opinião,  o termo “cardápio de cozinha regional ou típica” para as categorias 4 e 5 diminui completamente a importância de nossa gastronomia. Poderia ser obrigatoriedade de restaurante de cozinha brasileira e internacional o termo. Mais grave ainda, novamente na minha opinião, é o caso dos hotéis históricos, que deveriam valorizar nossa gastronomia, nossa história".

Enfim... uma longa batalha contra o status quo...

Outro bom "lutador" é o chef Felipe Bronze, que, a seu modo, mesmo provocando críticas aqui e ali por seus modos extrovertidos e sua queda pelas preparações usando nitrogênio líquido, apresenta em idas ao exterior um Brasil rico e exuberante, difícil de traduzir (melhor: eles que venham decifrar por si próprios). E amarra parcerias com grande desenvoltura.

Nem vou falar de Roberta, Rodrigo, Thiago, Morena, Alberto, Bel, Mara e tantos outros que estão nesse mesmo barco.

O fato é que o movimento, felizmente, vai pegando embalo.

Avante!

26.1.12

Chef Felipe Bronze convoca governo a agir n'O Globo: "somos a terra do carnaval e da praia mas podemos ser mais"




Taí: gostei. Felipe Bronze escreveu no jornal O Globo aquilo que pensam muitos chefs. A falta de apoio do governo na promoção da gastronomia brasileira lá fora é mesmo vergonhosa. Se órgãos públicos do Peru e do México - só para citar países próximos - movem mundos e fundos para se mostrarem no exterior, o que estão esperando os nosso representantes? 

Coréia, Finlândia, Japão... vejo muitos exemplos, diariamente, de países que inventam eventos de gastronomia, subsidiam visitas de jornalistas, montam estandes em feiras, produzem filmes promocionais. Enquanto isso, ficamos vendo a banda passar - e com ela, o dinheiro de negócios e de turistas.

Gastronomia não só é cultura como movimenta grana pesada e atrai turistas. 

Já é mais do que hora. 





E aproveito o embalo para reproduzir aqui uma matéria que escrevi sobre o Felipe em maio, na revista GQ. Explica um pouco do que penso dele e de sua atual cozinha... Meus amigos bem sabem a aversão que tenho a chefs que fazem "consultorias". Por muito tempo invoquei com ele justamente por seu passado cheio das tais "consultorias" bobinhas e de resultados compreensivelmente ruins, e de quão mal comi nos estabelecimentos do tal grupo Marina para o qual trabalhou. 

Mas acho que hoje, mais maduro e focado em trilhar um caminho seu e (espero!) sem se distrair com projetos de terceiros ou menus bobinhos, ele tornou-se peça importante do cenário gastronômico carioca. E, descubro agora, peça com voz forte e vontade de fazer seu Rio andar para frente.








3.6.11

Brasil, México e Peru serão tema do próximo Gastronomika em San Sebastian


Fiquei feliz com a notícia: pela primeira vez o Brasil será tema de um dos maiores eventos gastronômicos do mundo, o Gastronomika.

Dias 20 a 23 de novembro, em San Sebastian, no País Basco.

Quer dizer.... o tema não será só Brasil, mas sim os "emergentes" da gastronomia, segundo os organizadores: México, Peru e Brasil.

Segundo o release:

"O mundo culinário já é global, sim. É, portanto, diferente. E mestiço. Convergências e divergências, aromas, sabores e texturas aqui e ali (...). Rico e emocionante.(...) Este ano, vamos nos concentrar em três grandes cozinhas da América Latina, por três tradições que são impulsionados por três cozinhas emergentes: Peru, México e Brasil."

No fim do mês vão anunciar os chefs palestrantes. Aposto que teremos Helena, Alex, Gastón, Enrique. A ver...


Fui à última edição do Gastronomika, e achei fantástico. E aprendi o seguinte:




1- Chef que é chef, pelo menos na Espanha, bebe gim tônica

2- O restaurante simples bacana de verdade, onde não vão turistas, a comida mata a pau e há montes de jamón Joselito (a Ferrari dos presuntos espanhóis), chama-se Bernardina e pertence a duas mulheres descoladas e ultrasimpáticas.

3- Lá bebe-se e fuma-se como se não houvesse amanhã



Atxondo, o vilarejo perdido onde fica o lendário Etxebarri

4- Jamais atreva-se ir ao lendário restaurante Etxebarri, perto de Bilbao, sem um choffeur de responsa. Vai se perder e a viagem custará o dobro. O meu cobrou 150 Euros para levar, esperar duas horas e voltar.



5- Confirmam-se minhas impressões iniciais: txakoli, o vinho branco local, só serve pra tomar à beira da piscina. Se tanto.

6- O hotel de melhor localização não é o aristocrático Maria Cristina, mas sim o quatro estrelas Londres y Inglaterra, que merece uma reforminha mas tem quartos debruçados sobre a praia, a poucos metros do mar.

7- Vários lugares fecham, sem aviso, na baixa temporada. Antes de finalizar qualquer itinerário, convém telefonar...

8- Em San Sebastian proíbe-se chamar táxi na rua. Há que pedir aos recepcionistas do hotel que chamem um. Estando fora, na rua, o jeito é entrar em um bom hotel, e, com cara de pau, ir à recepção e pedir que liguem.

9- Os dois melhores bares são quase vizinhos e têm nome inglês: Museo del Whisky (ou El Whisky para os íntimos) e Dickens.

10- Cuidado para não ferir sensibilidades. San Sebastian é, em primeiro lugar, o País Basco. Em segundo, faz parte da Espanha. Pode parecer detalhe, mas para eles, está longe de ser desimportante.

E mais Gastronomika e San Sebastian:

Abertura do Gastronomika 2010: noitada no Museo del Whisky

Palestra de Ferran Adrià no Gastronomika: vídeo mostrando os pratos de 2010

Gastronomika: programa completo inclui grandes nomes como Adrià, Andoni, Arzak, Anthony Bourdain e Daniel Boulud  

Chef Josean Martínez-Alija do restaurante do Guggenheim Bilbao anuncia novo - e revolucionário! - restaurante para o início de 2011 

Uma semana em San Sebastian para o Gastronomika: as lições que aprendi e os gim tônicas que bebi

Resumo (em espanhol) do Gastronomika pelo crítico Carlos Maribona 

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